SANTOS: CIDADES EMPREENDEDORAS? | Blog Alessandro Lopes

“Quatro cidades da Baixada Santista que estão entre as 101 melhores cidades para empreender no Brasil, sendo elas: Santos, Praia Grande, Guarujá e São Vicente”

Início este debate com uma certeza, Santos é uma cidade com slot online potencial para ser uma cidade empreendedora, pois se nos nortearmos pela definição do que é Uma Cidade Empreendedora, sendo essa a que tem como objetivo a transformação local pela implantação de políticas de desenvolvimento em eixos estratégicos, e que poderia ser uma solução ideal para municípios interessados em transformar a situação em que se encontram permitindo o aprimoramento do Ambiente de Negócios. Mas, por outro lado temos alguns indicadores que conflitam essa informação, entre eles o que podemos dizer ser o mais animador que seria o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, onde classifica quatro cidades da Baixada Santista que estão entre as 101 melhores cidades para empreender no Brasil, sendo elas: Santos, Praia Grande, Guarujá e São Vicente estão na lista dos municípios com o melhor ambiente de negócios do país. Mas quando ampliamos essa lupa e analisamos os dados da empresa Urban System sobre Cidades Inteligentes no item Empreendedorismo, percebemos que Santos não circula entre as 100 primeiras. Desta forma, cabem uma série de questionamentos, onde sugiro ignorarmos os comparativos e focarmos nas ações promovidas na cidade, o que estamos acertando e errando quando falamos em empreender.

 

Santos teve 1.290 novas empresas abertas só em 2023, segundo dados da Sala do Empreendedor Santista. E a perspectiva é de que os números continuem crescendo ao longo de 2023, em virtude das ferramentas que a Prefeitura coloca à disposição de empresários e empreendedores para movimentar a economia.

Contamos com um apoio da Unidade do Banco do Povo Paulista em Santos a qual já concedeu mais de R$ 17 milhões em financiamentos, desde sua implantação no Município em 3 de junho de 2002. Com destaque a alguns empréstimos, como ocorreu agora em 2023, o Banco do Povo Paulista financiou 18 projetos, investindo R$ 180 mil. Destes, nove são da Linha Empreenda Mulher, totalizando R$ 90 mil; cinco projetos da Linha Empreenda Afro, com R$ 50 mil; quatro projetos da Linha Empreenda Rápido, com R$ 40 mil.

Para aprimorar a cultura empreendedora utilizamos de forma bem interessante incentivos da Economia Criativa, por meio do Programa Vila Criativa, o qual vem buscando formar novos investidores. A Secretaria Municipal de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur) investiu em dez Vilas Criativas. Estes equipamentos estão instalados nos bairros de maior vulnerabilidade social (com menor IDH) e atendem mais de cinco mil pessoas por ano com qualificação profissional, além de oferecer atividades culturais e de convívio social.

Sendo um destes acertos o Programa Feito em Santos, que funciona como interface do pequeno artesão com uma abrangência maior, gerando assim por meio de redes sociais o @feito.emsantos, traz a exposição de produtos artesanais que saem das mãos de artistas e empreendedores santistas. Hoje, o Feito em Santos tem mil artesãos cadastrados. Como forma de aprimorar esta força de trabalho, uma nova edição do Programa de Aceleração de Empreendedores Criativos vai treinar ainda em 2023, quase 40 pequenos empreendedores do setor de gastronomia.

Mas volto a perguntar após essa breve introdução onde será que estamos sem o ritmo certo para fazer de Santos uma cidade cada vez mais empreendedora, com capacidade de reter talentos, uma vez que temos Incentivos, equipamentos de apoio, diversos outros títulos, inúmeras ações, ainda mais que todas elas têm como coadjuvante o empreendedorismo para alavancar.

Me atrevo a dizer que a cidade não está totalmente equivocada, mas sim que de repente possa haver alguns empecilhos ou a ausência de uma estratégia mais assertiva para gerar conexões que tragam Santos a ter uma relevância merecida no cenário do empreendedorismo.

“O Sebrae/MS formou os professores para a aplicação da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) e, ao todo, cerca de 500 alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental foram contemplados”

Um caso a ser estudado e aprimorado é o Município de Marema, onde houve uma união entre alguns protagonistas, que criaram um Plano Estratégico promovendo o desenvolvimento e promoção do turismo, planejamento ambiental, plano de cargos e salários e aperfeiçoamento das lideranças locai, sendo estas as estratégias verticais do Programa Cidade Empreendedora adotadas pelo município, no oeste catarinense. Essas iniciativas serão executadas nos próximos foi inspirado em cidades humanas, inteligentes e sustentáveis. A base do Cidade Empreendedora é formada por: educação empreendedora, Sala do Empreendedor, liderança, compras públicas e desburocratização os próximos dois anos pela Administração Municipal e pelo Sebrae/SC.

E porque não falar de Empreendedorismo na escola por meio do mesmo programa a rede inovou e levou pela primeira vez, estudantes de quatro escolas da Rede Municipal de Ensino tiveram oportunidade de aprender sobre empreendedorismo em sala de aula. O Sebrae/MS formou os professores para a aplicação da metodologia Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP) e, ao todo, cerca de 500 alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental foram contemplados. No total, 130 docentes foram capacitados com soluções em empreendedorismo no município.

Um outro apoio seria nos apropriarmos dos conceitos definidos pela Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, aonde a meta da Carta é alcançar um público abrangente através de mais de 160 recomendações apoiadas em 8 objetivos estratégicos a saber:

Objetivo Estratégico 1: Integrar a transformação digital nas políticas, programas e ações de desenvolvimento urbano sustentável, respeitando as diversidades e considerando as desigualdades presentes nas cidades brasileiras;

Objetivo Estratégico 2: Prover acesso equitativo à internet de qualidade para todas as pessoas;

Objetivo Estratégico 3: Estabelecer sistemas de governança de dados e de tecnologias, com transparência, segurança e privacidade;

Objetivo Estratégico 4: Adotar modelos inovadores e inclusivos de governança urbana e fortalecer o papel do poder público como gestor de impactos da transformação digital nas cidades;

Objetivo Estratégico 5: Fomentar o desenvolvimento econômico local no contexto da transformação digital;

Objetivo Estratégico 6: Estimular modelos e instrumentos de financiamento do desenvolvimento urbano sustentável no contexto da transformação digital;

Objetivo Estratégico 7: Fomentar um movimento massivo e inovador de educação e comunicação públicas para maior engajamento da sociedade no processo de transformação digital e de desenvolvimento urbano sustentáveis;

Objetivo Estratégico 8: Construir meios para compreender e avaliar, de forma contínua e sistêmica, os impactos da transformação digital nas cidades.

Acredito que assim ou se apoiando em um programa já validado ou desenvolvendo o próprio, conseguiríamos ter uma estratégia que atendesse de forma mais assertiva os ideais dos munícipes.

 

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