AGENDA TURISMO – Futebol, indústria de entretenimento ainda pouco explorado?

“Quantas pessoas vão a Barcelona todos ao anos para ver o estádio ou para ver o museu? Em Santos nós temos a marca Pelé e seu museu associado a cidade, além do nosso próprio estádio, e muitas oportunidades a serem exploradas, e é isso que nós (eventual futura gestão) pretendemos fazer”.

Fernando Silva

TURISMO DE FUTEBOL.

Até o mundo ser assolado pelo covid19, todos os anos, o turismo de futebol movimentava milhares de torcedores pelo mundo – com destaque entre os latino-americanos que viajavam para os países vizinhos. O culto à bola dos loucos por futebol na América Latina compreende diferentes estádios (para muitos, verdadeiros templos) em roteiros de primeiro nível. Em 2014, durante a Copa do Mundo no Brasil, cerca de 3,7 milhões de estrangeiros estiveram por aqui, injetando R$ 6,7 bilhões na economia do país, segundo dados do Ministério do Turismo. O Brasil é conhecido como país do futebol, mas nem todos sabem que, além de um local para assistir as partidas do time do coração, os estádios espalhados pelo Brasil podem ser importantes atrativos turísticos.

Em Santos, o time que empresta o nome da cidade, recebe todos os anos Argentinos, italianos, espanhóis, japoneses e turistas de muitos outros países para visitar o templo do Futebol Mundial. No entanto, especialistas do setor e do meio futebolístico acreditam que o futebol como indústria do entretenimento, ainda é subutilizada no Brasil, especialmente na Baixada Santista.

Para o empresário e membro do Conselho Deliberativo do Santos Fernando Silva, o futebol é um dos setores mais importante da indústria do entretenimento, muito embora, ele mesmo não entenda porque uma parceria mais efetiva tenha ocorrido até hoje. Silva, que deverá concorrer à presidência do Santos FC nas eleições deste ano, entende que é importante considerar o potencial do Santos Futebol Clube não só a partir da cidade sede, mas de toda a região, que abriga uma população de quase 2 milhões de habitantes e todo seu potencial de consumo. “Quantas pessoas vão a Barcelona todos ao anos para ver o estádio ou para ver o museu? Em Santos nós temos a marca Pelé e seu museu associado a cidade, além do nosso próprio estádio, e muitas oportunidades a serem exploradas, e é isso que nós (eventual futura gestão) pretendemos fazer” afirmou.

“Desde 2016 ficou claro que o esporte e o turismo podem se unir para gerar negócio. A nossa economia precisa disso e a nossa cidade vice disso. Não é só lazer, não é só o turista, é negócio, e nossa a cidade ganha como um todo”

Eduardo Silveira

O presidente da Associação de Profissionais de Turismo APT Eduardo Silveira defendeu maior aproximação e diálogo entre o setor e os times de futebol da cidade. “Desde 2016 ficou claro para todo mundo que o esporte e o turismo podem se unir e gerar negócio, pois ele movimentam a economia. A nossa economia precisa disso e a nossa cidade vive disso. Não é só lazer, não é só o turista, é negócio (busyness) e nossa a cidade ganha como um todo” alegou.

“Turismo é experiência, o Santos hoje vive da marca, mas as instalações de nosso estádio, que tem grande apelo de visitação precisam ser mais adequadas para que a experiência esteja à altura da marca e do seu potencial”.

Rogério Conde

ESTÁDIOS E MUSEUS DE FUTEBOL MOVIMENTAM O TURISMO

Rogério Conde, advogado e empresário da construção civil reforçou a ideia da marca Santos como negócio de grande potencial para a região, mas argumentou que todo negócio está atrelado a entrega do produto/serviço ao cliente. “Turismo é experiência, e infelizmente o Santos hoje vive do nome (conquistas do passado), mas as instalações de nosso estádio, que tem grande apelo de visitação precisam ser mais adequadas para que a experiência esteja à altura da marca e do seu potencial” argumentou Conde

Se você quer visitar o estádio, em dia de jogo ou não, é difícil estacionar, e quando consegue, o custo de estacionar o carro é maior que o ingresso ao memorial das conquistas”.

Wladimir Mattos

Wladimir Mattos entende que o Santos FC, em algum momento se tornou maior que a cidade. “Santos era conhecida pelo Porto ou pelo Santos FC. Quando eu viajava pelo mundo a primeira coisa que as pessoas me falavam era sobre Pele e o Santos. Mas tudo misso é subutilizado e desconectado com as demais atrações da cidade. Se você quer visitar o estádio, em dia de jogo ou não, é difícil estacionar, e quando consegue, o custo de estacionar o carro é maior que o ingresso ao memorial das conquistas”.

FUTURO – SINERGIA ENTRE CLUBES, GOVERNO E EMPRESAS

Fernando Silva lembrou ainda a oportunidade perdida pelo clube e pela cidade com a realização da Copa do Mundo de Futebol realizada no Brasil em 2014, por não ter alavancado nenhum investimento. Para ele a atual gestão não tem um interlocutor com credibilidade para atrair investidores em uma nova arena. Silva não acredita no projeto do Retrofit em razão da limitação de público do estádio para o máximo de 21 mil pessoas, que não será capaz de remunerar o investidor e o operador da novo estádio. “Mas nós temos que resolver isso. Nunca teve um grupo que unisse associação comercial, porto, prefeitura e clube para avançar. Não é apenas o dia do jogo, a experiência do jogo é interessante, mas as milhares de pessoas que passam pelo porto é infinitamente maior do que o público dos jogos, mas eu não vi nos últimos 10 anos surgir um grupo com vontade política ou empresarial para resolver isso” afirmou Slva.

De acordo com Eduardo Silveira existe um movimento dentro do turismo que busca essa integração com a cidade e com a prefeitura de forma a dar ao turismo esse protagonismo de desenvolvimento econômico. “Com os grande eventos internacionais que ocorreram no Brasil e o trabalho de bastidores que vem ocorrendo na cidade nos últimos anos, foi possível trazer bandeiras de hotéis internacionais, de forma a colocar a cidade nas rotas turísticas do mundo. O turismo de esportes é feito no mundo inteiro e há um novo olhar do esporte e turismo como valor, e esse é um olhar que a gente precisa trazer para agora e para o futuro” argumentou.

Assista ao programa completo

live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 19h30h.

SOBRE OS CONVIDADOS

FERNANDO SILVA – Fernando Silva é CEO da PWTech, com formação em Engenharia Química, especialista na identificação de necessidades e soluções sustentáveis para o mercado de tecnologia social. Conselheiro do SANTOS FC pelo quarto mandato consecutivo, foi o executivo responsável pela área de futebol do SFC na gestão de Luís Álvaro nos anos 2010 e 2011

ROGÉRIO CONDEAdvogado e Empresário, é também Diretor da Associação Comercial de Santos

WLADIMIR MATTOS – Empresário do setor Portuário, também é licenciado em história, apoiador do esporte na região, é um dos fundador

EDUARDO SILVEIRA, técnico em Turismo, Agente de Viagens, Coaching Consultor e Gestor de Turismo. Possui 29 anos de carreira e atualmente ocupa cargo de Presidente da Associação dos Profissionais do Turismo da Baixada Santista e colunista do Movimento Protagonismo Cidadão para o setor.

Apresentação – SÉRGIO FRANÇA COELHO

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