10 de abril de 2023
Você já ouviu falar no conceito de cidade empreendedora? De acordo com o portal do SEBRAE, o Cidade Empreendedora é um programa cujo objetivo é a transformação local pela implantação de políticas de desenvolvimento em eixos estratégicos. Uma solução para municípios interessados em transformar a situação em que se encontram permitindo o aprimoramento do Ambiente de Negócios. Neste sentido, o programa apresenta um conjunto de soluções divididas em eixos estratégicos, em que o município pode aderir, dentro de um cardápio de soluções, nas quais se adaptam melhor as suas e demandas e ao seu perfil econômico. Além do SEBRAE, outras instituições e empresas de consultoria no Brasil tem desenvolvido programas de apoio e qualificação possam qualificar a gestão, identificar suas vocações e melhorar o chamado “ambiente de negócios”.
RANKING ICE 2023 – Uma pesquisa feita pela Escola Nacional DE Administração Pública (ENAP) ligada ao governo federal, avaliou quais cidades possuem as condições mais favoráveis para o empreendedorismo. De acordo com a instituição, os municípios são analisados em 48 indicadores, divididos entre sete determinantes: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura. Ainda segundo a Enap, o resultado do ranking é um instrumento de avaliação dedicado aos gestores públicos e organizações interessados em empreender, assim como para empreendedores que queiram expandir os negócios, gerando impactos na economia dos municípios listados.
O ranking é formado a partir do Índice de Cidades Empreendedoras, que analisa e compara os ecossistemas empreendedores das 101 cidades mais populosas do Brasil, explorando as condições que essas cidades oferecem para o desenvolvimento da atividade empreendedora. O estudo é elaborado anualmente, sendo que o ranking de Cidades Empreendedoras (ICE) 2023 leva em consideração cada um dos sete determinantes apresentados no relatório e o seu resultado é um instrumento de avaliação voltado para gestores públicos e organizações de apoio interessadas em gerar impactos na economia de seu município a partir do fomento à atividade empreendedora, assim como para empreendedores que queiram expandir seus negócios e para a mídia, que busca análises e dados qualificados.
BAIXADA SANTISTA – Neste sentido, vários portais de notícias da região noticiaram no final do mês de março, a classificação de quatro cidades da Baixada Santista na lista dos municípios com o melhor ambiente de negócios do Brasil, que fazem parte do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023. Santos, Guarujá, Praia Grande e São Vicente. Dos 101 municípios mais populosos do país avaliados, a melhor colocação da região aparece com Santos na 52ª posição. No topo da classificação geral estão São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e Joinville (SC). Na 54ª posição aparece Praia Grande, 77º Guarujá e 100º São Vicente. Os dados foram divulgados em 27 de março pela Enap. Nosso copo está meio cheio ou meio vazio?
GARGALOS PARA O CRESCIMENTO – A prévia do censo de IBGE de 2022 mostrou que enquanto a população de baixa renda cresce na região, migrando dos principais centros econômicos para outras cidade e regiões periféricas, a faixas de maior renda diminui, ou permanece estagnada. De acordo com o censo divulgado em 2022, apesar da queda de pouco mais de 5 mil habitantes, Santos segue como a cidade mais populosa da Baixada Santista com algo em torno de 414 mil moradores.
Praia Grande teve o maior crescimento populacional com aproximadamente 72 mil novos moradores, uma alta de 31% em relação a 2010, quando a cidade tinha 262 mil habitantes. Agora, com 334,8 mil residentes, a cidade assumiu o segundo lugar como mais populosa da região. São Vicente também teve um aumento populacional, com base na prévia do IBGE 2022, mas não o suficiente para manter a posição no ranking das mais populosas. O município, que tem algo em torno de 334,6 mil moradores, caiu para o terceiro lugar na lista. Guarujá passou de 290,7 mil moradores para 311,1 mil. Cubatão, por sua vez, registrou alta de 9 mil habitantes nos últimos doze anos, e chegou a 128,6 mil residentes.
Considerando o elevado número de imóveis de veraneio usados por paulistanos nos finais de semana em Praia Grande, e até mesmo em Santos e Guarujá, estes números podem estar maquiando uma realidade preocupante. A estagnação de um crescimento sustentável que possa ofertar oportunidade de renda para os jovens da região que buscam ingressar no mercado de trabalho ou até mesmo criar novos negócios.
GARGALOS REGIONAIS – Ao portal do Jornal A Tribuna, a Coordenadora da pesquisa Kamyle Medina afirmou que das cidades mais empreendedoras da região, enquanto Praia Grande subiu duas, e Guarujá quatro posições, Santos e São Vicente perderam. Na lista das melhores em capital humano, Santos está em 20°, Praia Grande em 21°, Guarujá em 70° e São Vicente em 83°. Mudanças na gestão fiscal e investimentos em escolas técnicas fazem parte dos diagnósticos dos gestores locais para estes resultados. Praia Grande tem investido nos últimos anos em obras de infraestrutura em diversas regiões da Cidade. O reflexo deste trabalho planejado que já vem ocorrendo ao longo dos últimos anos, é o aumento do interesse de investidores e empresas de diversos segmentos em se instalar no Município.
INVESTIMENTO PRIVADO – Para o arquiteto urbanista Alessandro Lopes, apesar do grande potencial das cidades da Baixada Santista para serem cidades empreendedoras, alguns indicadores divulgados nas últimas pesquisas conflitam com essa tese. Lopes argumenta que entre os indicadores que podemos dizer serem os mais animadores, é o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) de 2023, que classifica quatro cidades da Baixada Santista entre as 101 melhores cidades para empreender no Brasil, com o melhor ambiente de negócios do país. No entanto faz um alerta: “Quando ampliamos essa lupa e analisamos os dados da empresa Urban System sobre Cidades Inteligentes, no item Empreendedorismo, percebemos que Santos, por exemplo, não circula entre as 100 primeiras”. afirmou.
Lopes destaca ainda que Santos teve 1.290 novas empresas abertas só em 2023, segundo dados da Sala do Empreendedor Santista. E a perspectiva é de que os números continuem crescendo ao longo de 2023, em virtude das ferramentas que a Prefeitura coloca à disposição de empresários e empreendedores para movimentar a economia, além de contar com um apoio da Unidade do Banco do Povo Paulista, que concedeu 17 milhões em financiamentos, desde sua implantação no Município em 2002.
Para aprimorar a cultura empreendedora, a cidade tem utilizado de forma bem interessante incentivos da Economia Criativa, por meio do Programa Vila Criativa, o qual vem buscando formar novos negócios, e investindo nas chamadas Vilas Criativas. Estes equipamentos estão instalados nos bairros de maior vulnerabilidade social (com menor IDH) e atendem mais de cinco mil pessoas por ano com qualificação profissional, além de oferecer atividades culturais e de convívio social.
CIDADES INTELIGENTES – Além do investimento na cultura do empreendedorismo nas escolas, Lopes entende que seria importante apropriarmos os conceitos definidos pela Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, que propõe alcançar um público mais abrangente através das mais de 160 recomendações apoiadas em 8 objetivos estratégicos. Um deles é aliar os modelos de negócios digitais às novas tendencias de mercado e a relação de consumo, para introduzir verdadeiramente o conceito de cidade criativa e inteligente nas 9 cidades da região e aproveitar todo esse potencial. “Devemos construir meios para compreender e avaliar, de forma contínua e sistêmica, os impactos da transformação digital nas cidades” conclui Lopes.
Diante do cenário apresentado podemos concluir que que a atual estratégia das Vilas Criativas são as melhores para atender o conceito de cidade empreendedora e inteligente? Seriam estas ações capazes para fazer de Santos uma cidade capaz não só de reter talentos, mas também atrair capital humano de fora, uma vez que temos Incentivos e equipamentos públicos de apoio?
Quando comparamos os indicadores e diferentes plataformas de análises comparativas é possível identificarmos onde estamos acertando e onde estamos errando quando falamos em empreender? Estamos conseguindo estimular a criação de ecossistemas de inovação voltados ao nosso principal ativo econômico de valor agregado na relação indústria porto?
Estamos atentos às muitas alternativas para o desenvolvimento e geração de empregos qualificados na região? Estamos avançando e se não, por quê? O que instituições como SEBRAE, SESI e SENAI estão fazendo para ampliar a integração da relação porto indústria para criar esse ambiente de cidade empreendedora na região? Como a população poderia contribuir de forma mais efetiva para tal acordo?
Para refletir sobre esse tema, o painel PORTO CIDADE INDÚSTRIA do Protagonismo Regional em Debate promove no programa do próximo dia 10 de abril, a partir das 20h, o debate: CIDADES EMPREENDEDORAS| Estamos criando ambiente para isso? Que terá como convidados: Marco Vinholi | Ex-Secretário do Desenvolvimento Regional de São Paulo e Diretor do SEBRAE; André Ursini | Empresário CEO do Complexo Andaraguá; Alessandro Lopes | Arquiteto e Professor da ESAMC
SOBRE OS CONVIDADOS
MARCO VINHOLI | Ex-Deputado Estadual, Ex-líder do governo, Ex-Secretário de Desenvolvimento Regional de São Paulo e Diretor Técnico da superintendência do SebraeSP
ALESSANDRO LOPES | Arquiteto e Urbanista, Mestre em Direito Ambiental com MBA Gestão de Projetos. Coordenador de Projeto (Implantação e Desenvolvimento de Metodologia BIM) Câmara Brasileira de BIM – CBIM-SP – Consultor Estratégico BIM e CIM Docente níveis Técnico, Superior e Especialização. Palestrante e Pesquisador de Cidades Inteligentes e Criativas.
ANDRÉ URSINI | Co-fundador e CEO no Complexo Empresarial e aeroportuário Andaraguá S/A, Diretor de Expansão do ICIPAR Empreendimentos e Participações S/A, Diretor Superintendente da Forbes Desenvolvimento Urbano LTDA, da Peyneiras Empreendimentos e Participações S/A, e da Emirates Empreendimentos e Participações LTDA, Diretor Administrativo WordCom Publicidade LTDA, CEO WordCom Brasil S/A, É Membro da Comissão de Petróleo e Gás Natural da Bacia de Santos, Comentarista de vários jornais da região, é apresentador do Quadro de Marketing Digital na Jovem Pan Baixada Santista toda quinta-feira; Comentarista e colunista do Protagonismo Cidadão.
SOBRE O PROGRAMA
A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se autodefine como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.
ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO
O programa Protagonismo Regional em Debate é uma produção da equipe de comunicação da Plataforma Protagonismo Cidadão em parceria com os estúdios Telavip Digital e teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020.
Com duração de 60 minutos, as entrevistas e debates com especialistas e lideranças de setores diversos são pautadas na identidade e vocações econômicas da região.
As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro, consultores organizacionais e fundadores do Protagonismo Cidadão.
PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO
O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas política, empresarial e estatal.
CANAIS DE TRANSMISSÃO
Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multiplataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram do Protagonismo Cidadão e do jornal Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial no público de 35 a 55 anos, disposto ao debate crítico quanto aos desafios da vida nas cidades.
Assista o programa completo