PORTO CIDADE – GARGALOS DE NOSSO SISTEMA. Como estamos enfrentando?

Concluída mais uma etapa dessa saga, é importante conhecer o percurso pregresso e os desafios futuros, e algumas questões podem ser colocadas: Quais foram os “gargalos” burocráticos identificados para o licenciamento do projeto

Adilson Gonçalves

GARGALOS

Iniciado em 2006, o Complexo Empresarial e Aeroportuário Andaraguá é um empreendimento auspicioso e, considerando a “via crucis” representada pela profusão, confusão e meandros da legislação brasileira, uma iniciativa audaciosa, quase epopeica.

É óbvio que os investidores almejam lucro, e que a sustentabilidade é, mais que uma obrigação, uma premência dos tempos atuais.

Segundo o engenheiro e professor Adilson Gonçalves, no complexo Andaraguá estão presentes nova economia para a região, que refletirá em novos tributos para os entes governamentais, propiciando mais e melhores serviços públicos; e em aquecimento do comércio e prestação de serviços. “A questão social também está abrangida, com a geração de novos empregos qualificados, implantação de centro de formação. O compromisso ambiental também está considerado, por meio de compensações” afirmou.

Mesmo assim, foram anos de tramitação de processos, por vários órgãos, A burocracia associada a certos radicalismos continua emperrando o desenvolvimento do país, por mais sustentável que seja qualquer proposta.

Para Gonçalves, um aspecto merece destaque nesse projeto: a construção de um aeródromo destinado à operação de cargas, introduzindo um novo modal de transporte na Região Metropolitana da Baixada Santista: o aeroviário.

“Num primeiro momento, o complexo terá acessibilidade rodoviária e aeroviária. No âmbito rodoviário, pela própria condição de polo gerador de tráfego, serão necessários investimentos nos acessos às suas instalações” destacou.

Quanto ao modal aeroviário, a pista e instalações pertinentes serão construídas em etapas. Esse modal, aliás, normalmente é associado a cargas de maior valor agregado, o que também constitui certo ineditismo para a região que, no caso do Porto de Santos, ainda opera majoritariamente commodities a granel e mesmo em contêineres.

“Se esse projeto fosse uma iniciativa liderada pelo poder público jamais se viabilizaria”

Orlando Augusto

Gonçalves entende também, que a potencial associação da produção desse complexo ao Porto de Santos abre um novo cenário, que precisa ser melhor explorado: o do porto-indústria. “Talvez seja o primeiro passo para novas iniciativas empresariais sustentáveis, com apoio de governos, em vez de impedâncias burocráticas, extremismos e oportunismos que tanto tem prejudicado o desenvolvimento pleno do Brasil” afirmou.

“Se esse projeto fosse uma iniciativa liderada pelo poder público jamais se viabilizaria” Essa foi a afirmação do presidente da Associação Brasileira de Parceria Público Privada Orlando Augusto. Para Augusto, as barreiras burocráticas existentes no Brasil são o grande entrave para o desenvolvimento e geração de empregos, que só podem ser vencidas com a persistência e obstinação dos empreendedores.

PROJETO EM CONSTANTE ATUALIZAÇÃO

“O projeto Andaraguá não é o mesmo de quando começou a ser planejado, há mais de 15 anos”. Esta afirmação é de André Ursini, CEO do complexo, que deverá ser construído em Praia Grande, com a proposta de ser um condomínio aeroportuário industrial conectado ao porto de Santos e às malhas ferroviária e rodoviária, além de destinos internacionais.

“Foram destinados 5% da área para atividades de qualificação profissional, como fruto das compensações sociais. 115 milhões de reais, onde serão criadas escolas técnicas, e destinação de áreas para universidades nacionais e estrangeiras, voltadas a área de tecnologia”

André Ursini

André Ursini abordou esta necessidade durante o programa Protagonismo Cidadão, que vem debatendo o desenvolvimento da Baixada Santista, com destaque especial para as relações entre o porto de Santos e a cidade, e para iniciativas empreendedoras que possam desenvolver a região.

Apesar de ainda não haver uma previsão de inauguração por causa de uma ação movida pelo Ministério Público em 2015 e ainda pendente de julgamento pelo Tribunal de Justiça, a empresa responsável pela implantação do Andaraguá vem atualizando constantemente o modelo de negócio e mantido contatos com empresas de vários segmentos que podem se instalar no local.

“As empresas poderão usufruir de uma redução no ISS e estamos em contato com o governo do estado e federal, para conseguir mais incentivos como a transformação da Baixada Santista em uma ZPE – Zona de Processamento de Exportação, melhorando ainda mais a competitividade para se instalarem na região”, explica o empresário.

O complexo Andaraguá vai ocupar 21% de uma área de 11 milhões de metros quadrados e vai gerar 15 mil empregos, devendo receber R$ 1 bilhão em investimentos.

Além dos galpões industriais, contará com uma pista de 2.600 metros capaz de receber aviões cargueiros de grande porte, o que permitirá ser utilizado para movimentar cargas de alto valor agregado em rotas internacionais.

QUALIFICAÇÃO LOCAL

Durante sua participação Ursini declarou ter sido uma preocupação da empresa, desde o início do empreendimento, a qualificação dos trabalhadores locais de forma a atender a demanda das empresas que irão se instalar no complexo.  “Foram destinados 5% da área para uso institucional (112.000 m2 ou 11 quarteirões) para atividades de qualificação profissional, como fruto das compensações sociais previstas no empreendimento. Urssin revelou a previsão de 115 milhões de reais em compensações, onde serão criadas escolas técnicas, e destinação de áreas para universidades nacionais e estrangeiras, voltadas a área de tecnologia.

Assista ao programa completo

live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 19h30h.

Programa 17 de 14 de setembro de 2020

Painel de PORTO CIDADE

Tema –  GARGALOS DE NOSSO SISTEMA. Como estamos enfrentando?

SOBRE OS CONVIDADOS

ANDRÉ URSINI – Administrador de empresas, CEO do complexo empresarial e aeroportuário ANDARAGUÁ S/A. Diretor de Expansão ICIPAR – Empreendimentos e Participações S/A. Diretor Superintendente Forbes Desenvolvimento Urbano Ltda. Diretor Superintendente Payneiras Empreendimentos e Participações S/A. CEO – Diretor Presidente WordCom Publicidade Ltda. Diretor Comercial EMIRATES – Empreendimentos e Participações Ltda. Diretor Comercial SPACE – Incorporações e Participações Ltda. Conselheiro GP – GLOBAL PRIME PROPERTIES CORP.

OLANDO AUGUSTO DA SILVA FILHO – Graduado em Direito pela Universidade de Guarulhos (1996), tem experiência na área de Direito empresarial, com ênfase em gestão pública, especialista em projetos de Parcerias Público-Privadas – PPP e presidente da Associação Brasileira de Parceria Público Privada

ADILSON LUIZ GONÇALVES, Engenheiro, Professor Universitário (UNISANTA), Escritor Membro da Academia Santista de Letras, analista e colunista do Painel Porto-Cidade da Plataforma Protagonismo Cidadão.

RICARDO MUZA, jornalista e colunista do Painel Porto-Cidade da Plataforma Protagonismo Cidadão.

Apresentação – Sergio França Coelho 

Saiba mais sobre o projeto do Complexo Logistico Andaraguá