OUTEIRO DE SANTA CATARINA| Marco Zero de Nossa História

31 de janeiro de 2022

 

Patrimônio histórico, marco do início do povoamento da Vila de Santos e destaque do roteiro turístico pelo Centro Histórico e da Linha Turística do Bonde, o Outeiro de Santa foi entregue restaurado à Cidade na manhã desta sexta-feira (28), dentro das comemorações do aniversário de 476 anos do Município.

O diretor-presidente da Fams, Luiz Dias Guimarães, explicou que o local será reaberto ao público até o final de fevereiro, que poderá assistir a diversas apresentações teatrais, lúdicas e culturais, voltadas a todas as idades. “O Outeiro é o marco inicial da Cidade, então é de um simbolismo fantástico a recuperação deste equipamento”, ressaltou.

O projeto de restauro foi assinado pelo arquiteto Ney Caldatto. Os trabalhos, sob fiscalização da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi), tiveram custo de R$ 3,2 milhões, custeados pelos Terminais Ageo por meio de Termo de Responsabilidade de Implantação de Medidas Mitigadoras ou Compensatórias (Trimmc).

 

MARCO DA FUNDAÇÃO DA VILA DE SANTOS. Reza a história, que em 1543 com o término da construção de uma capela num outeiro em homenagem a Santa Catarina por Luís de Góis, Brás Cubas conseguiu por motivos de segurança, a transferência do Porto da Ponta da Praia para o sítio do Enguaguaçu.

Na mesma época, o fidalgo português levaria a cabo a instalação de um hospital nos moldes da Santa Casa de Lisboa, acelerando o desenvolvimento do local. O hospital foi denominado Santa Casa de Misericórdia de Todos os Santos (o segundo hospital do Brasil), sendo o mais antigo do país em funcionamento, uma vez que o Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Olinda foi extinto.

Durante anos, o outeiro forneceu pedras para o calçamento das ruas e a ampliação do porto. Entre 1880 e 1884, o médico italiano João Éboli mandou construir uma casa acastelada no bloco de rocha que restou do monte. Junto ao lugar, Brás Cubas e o próprio Luiz de Góes ergueram suas moradias. Próximo dali surgiram, logo depois, a primeira Santa Casa do Brasil e o Colégio São Miguel, dos padres jesuítas. Assim, a região foi sendo ocupada e começou a estender-se ao local que mais tarde seria ‘Vila de Santos’ e, por fim, Santos.

Em 1591, piratas ingleses, liderados por Thomas Cavendish, atacaram e saquearam a vila, destruindo a capela e lançando a imagem da santa ao mar. Após 72 anos, escravos dos jesuítas, enquanto pescavam, tiraram-na da água com uma rede, casualmente. O então reitor do Colégio de Santos, padre Alexandre de Gusmão, levantou, com a ajuda da população, outra capela para a santa, desta vez no alto do Outeiro, onde permaneceu por quase dois séculos.

O pequeno monte de Santa Catarina foi desaparecendo aos poucos: no começo do século XIX, começaram a retirar terra e extrair pedras do local e, em 1869, a Câmara Municipal autorizou o desmanche do que ainda restava do Outeiro, para demarcação de ruas e quadras. Porém, permaneceram duas grandes pedras, sobre as quais o médico e abolicionista João Éboli construiu uma bela casa acastelada.

A 22 de outubro de 1922, a Câmara Municipal reconheceu o Outeiro de Santa Catarina como sendo o marco inicial do povoamento de Santos. Mas, nem esse fato serviu para proteger e conservar esse lugar que foi o berço da Cidade e testemunha de sua história.

 

ABANDONO E RECUPERAÇÃO – O abandono do Outeiro contribuiu para que famílias se instalassem dentro da casa, transformando-a em cortiço. Quando já estava totalmente destruído, foi tombado em 1985 e, depois de quase 100 anos de deterioração, passou a ser recuperado. A conclusão dos trabalhos se deu em outubro de 2000, com a entrega da praça construída ao seu lado. O lugar é um dos mais bonitos e importantes pontos históricos da Cidade.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – Visando fomentar iniciativas de preservação e exploração turística do patrimônio histórico cultural no Brasil, em julho de 2021o BNDES publicou chamada pública para seleção de projetos para o programa Resgatando a História, tendo como objetivo o apoio financeiro à recuperação do patrimônio histórico nacional, fomentando a restauração e revitalização de elementos materiais, imateriais e acervos memoriais de todo o país. De acordo com o sítio do BNDES, o Resgatando a História tem o potencial de alavancar o poder de impacto e de transformação na sociedade. Numa parceria inédita, o BNDES, a Ambev Brasil, a EDP, o Instituto Cultural Vale, o Instituto Neonergia e a MRS Logística vão investir, juntos, cerca de R$ 200 milhões em projetos localizados em todas as regiões do país, selecionados por meio de uma chamada pública.

Em   tal contexto, qual seria o potencial do Complexo Cultural do Outeiro de Santa Catarina de Santos em agregar valor junto a um distrito histórico cultural naquela região? Qual a importância da preservação deste acervo histórico para a cultura nacional? Como anda o interesse da comunidade acadêmica a respeito desta preservação? Quais seriam os maiores desafios a serem superados para tornar este Complexo Cultural um equipamento de relevância nacional e autossustentável economicamente? É possível uma maior sinergia com acervos de diversos setores, acadêmico e gastronômico por exemplo?

Para refletir sobre OUTEIRO DE SANTA CATARINA| Marco Zero de Nossa História, o Protagonismo Regional de 31 de janeiro de 2022 recebeu como convidados: Luís Dias Guimarães | presidente da Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS); José Luís Blanco Lorenzo | Vice-presidente do COMTUR;

Confira o programa COMPLETO

SOBRE OS CONVIDADOS

LUIZ DIAS GUIMARÃES | Jornalista formado pela Universidade Católica de Santos e Pós-graduado em Ciências da Comunicação pela USP. Professor universitário por 17 anos em faculdades de Santos, São Paulo e Mogi das Cruzes. Ocupou cargos no Gabinete do Prefeito, Comunicação e Turismo na cidade de Santos, tendo como projetos de destaque a implementação da Linha Turística de Bondes, Museu Vivo Internacional dos Bondes, programa de revitalização do Centro Histórico, Disk-Tour, Linha Conheça Santos e Festival Santos Café. Além disso, também presidiu o Santos e Região Convention & Visitors Bureau.

 

JOSÉ LUÍS BLANCO LORENZO, Vice Presidente do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), Professor e Administrador de Empresas, Diretor da Central de Fretes e Receptivo

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SOBRE O PROGRAMA

 

A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se auto define como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.

 

ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO

 

O programa Protagonismo Regional em Debate, produzido pela equipe de comunicação do Movimento Protagonismo Cidadão, teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020 e conta com a participação de especialistas e lideranças de setores diversos. Com duração de 60 minutos, as              entrevistas e debates são pautados na identidade e vocações econômicas da região. As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro.

 

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO

 

O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de       suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade      sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas: política, empresarial e estatal.

 

CANAIS DE TRANSMISSÃO

 

Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multi-plataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram Protagonismo Cidadão e Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial em jovens de 25 a 35 anos, que ainda estão formando consciência crítica quanto aos desafios da vida nas cidades.