A vocação empreendedora do brasileiro nunca esteve tão em alta e, nos momentos de crise, torna-se ainda mais evidente. Em 2020, o Brasil deve atingir o maior patamar de empreendedores iniciais dos últimos 20 anos, com aproximadamente 25% da população adulta envolvida na abertura de um novo negócio ou com um negócio com até 3,5 anos de atividade. O recorde estimado é verificado de acordo com a análise da série histórica da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que aponta aumento do empreendedorismo inicial, principalmente em períodos de recessão, como os que ocorreram entre os anos 2008-2009 e entre os anos 2014-2016.
Neste ano, estima-se que a crise sem precedentes, causada pelo avanço da pandemia do novo coronavírus, deve impulsionar o número de pessoas que vão buscar o empreendedorismo como uma alternativa de renda. Em 2019, a GEM apontou que o país atingiu 23,3% de taxa de empreendedorismo inicial, considerada a maior marca até agora e o segundo melhor patamar total de empreendedores (38,7% da população adulta, entre 18 e 64 anos) desde 2002, primeiro ano da série histórica desta variável.
Desafios do Jovem empreendedorismo
Ser um empreendedor em qualquer lugar do mundo é, desafiador em qualquer idade. Mas a realidade é que indivíduos mais jovens podem enfrentar desafios ainda maiores. A falta de experiência, dos recursos financeiros adequados e autoconfiança contribuem, de uma forma ou de outra, para tornar mais difícil para um jovem empreender do que para um colega mais velho. Como resultado, muitos jovens empreendedores não conseguem engrenar. Mas existem os que têm sucesso, sem dúvida, que são aqueles que enfrentam esses obstáculos com determinação. Apesar das diversas iniciativas lançadas pelos órgãos de apoio as empresas como SEBRAE e associações empresariais da região em parceria com o poder público, os desafios ainda são imensos. Neste sentido, como os negócios de sucesso podem emprestar seus casos para inspirar novos empreendedores e alavancar novos negócios? Quais as principais barreiras a superar? Podemos afirmar que nossos jovens empreendedores compreendem e exploram nossas vocações econômicas? Qual o perfil desse empresário e qual escola de negócios predomina nesse perfil? Precisamos manter ou alterar nosso rumo?
Para conversar sobre estes assuntos, o Live Protagonismo Regional em Debate, do dia 07 de dezembro recebeu Marco Aurélio Rosas, Gerente Regional do SEBRAE, Baixada Santista, Leonardo Delfino, Empresário e CEO da Criando Valor, Alexandre Catena Volpe, Coordenador do Núcleo Jovem Empreendedor do CIESP e Erik Sanches, Diretor do Centro da Industrias (CIESP) Santos e comentarista do Programa.
Para o Gerente Regional do Sebrae Marco Aurélio Rosas, os dados do GEM mostram diversos fatos curiosos, e usa o próprio relatório GEM para fazer comparações com outros países e regiões do Brasil na comparação com a Baixada Santista. Para o gerente regional do SEBRAE a baixada santista tem forte vocação empreendedora considerando a proporção de habitantes para o número de empresas abertas. “Nos EUA considerado o país mais empreendedor do mundo existem 12 habitantes para cada empresa aberta, enquanto que em nossa região, nós temos entre 13 e 14 pessoas para cada empresa.” Afirmou. Rosas chamou a atenção para um outro dado coletado especificamente no Brasil, que trata sobre o sonho de empreender. “Ter o próprio negócio é o quarto maior desejo do Brasileiro, ficando atrás apenas de ter uma casa própria, ter um carro, e viajar pelo país”, nesta ordem.
“O futuro é a tecnologia, tanto que o CIESP está defendendo o porto-indústria voltado a área continental e a revitalização e repovoamento da área central da cidade”
Erik Sanches
Rosas destacou ainda, as duas diferenças clássicas entre o empreendimento por oportunidade e por necessidade. O primeiro quando o empreendedor identifica uma demanda por serviço ou produto e o segundo caso, quando o empreendedor se vê desempregado e precisa encontrar uma forma de sustentar a família. Em ambos os casos, causa preocupação do órgão a taxa de mortalidade das empresas na região. “Em nossa região, a cada 100 empresas abertas, cerca de 23 fecham as portas nos primeiros 2 anos de existência, o que causa grande preocupação e atenção de todos nós” afirmou.
O diretor Regional do CIESP Erik Sanches destacou a importância das parcerias institucionais e o surgimento de novas lideranças empresariais para se fortalecer a exploração das vocações econômicas regionais, com destaque as áreas de tecnologia e inovação. “O futuro é a tecnologia, tanto que o CIESP está defendendo o porto-indústria voltado a área continental e a revitalização e repovoamento da área central da cidade” afirmou.
“Ter o próprio negócio é o quarto maior desejo do Brasileiro, ficando atrás apenas de ter uma casa própria, ter um carro, e viajar pelo país, nesta ordem”.
Marco Aurelio Rosas
ADAPTAÇÃO AS NOVAS REGRAS – Para o acadêmico de Medicina e Coordenador do NJE da Ciesp Baixada Santista, Alexandre Catena, a crise de saúde que se desdobrou numa grande crise econômica acelerou várias mudanças de cenário no empreendedorismo local. O líder acadêmico argumentou que ficou comprovado a importância da saúde na vase de qualquer economia, pois sem saúde não a economia e não há empreendedorismo. Apesar do isolamento social ter sido a única edida de curto prazo para o enfrentamento da crise, a mesma crise provocou um aceleramento na área de pesquisa e desenvolvimento de vacinas e outras tecnologias de combate a pandemia, como a própria telemedicina.
“A tecnologia em grande parte vem sempre para auxiliar e melhorar o processo, mas não para ficar em primeiro lugar
Leonardo Delfino
“As pesquisa que hoje não são tão incentivadas, estão mostrando a importância delas. Uma vacina que demorava anos para ser desenvolvidas estão tendo seu processo acelerado, além da migração de diversos profissionais para a área da saúde, Havia um preconceito com a telemedicina, mas hoje é uma tecnologia e ferramenta fundamental para combinar ação de saúde a área econômica” afirmou.
FUTURO – Para o CEO da Criando Valor e coordenador do Núcleo de Empreendedorismo Jovem da Associação Comercial de Santos Leonardo Delfino o jovem tem buscado o empreendedorismo agregando conceitos importantes de sustentabilidade, mas sente ainda falta de maior apoio para esse processo. Delfino apresentou o exemplo da própria empresa como tendência de inovação de mercado, inspirado no games para atender o mercado com os conceitos de gameficação e de realidade aumentada para a construção civil.
“As pesquisa que hoje não são tão incentivadas, estão mostrando a importância delas. Uma vacina que demorava anos para ser desenvolvidas estão tendo seu processo acelerado, além da migração de diversos profissionais para a área da saúde”
Alexandre Catena Volpe
Defino defende a ampliação das parceria do SEBRAE, Ciesp e poder público para fortalecer o apoio aos novos empreendedores na região
REDE DE APOIO PRECISA SER FORTALECIDA – “A tecnologia em grande parte vem sempre para auxiliar e melhorar o processo, mas não para ficar em primeiro lugar. E importante esse trabalho das instituições como SEBRAE e Cisep para trazer os empreendedores para consultorias de gestão que oriente o empresário desde a concepção do negócio, até o acesso a crédito. Só assim, em 5 ou 10 anos chegaremos a outro patamar de mercado na região”. Afirmou Delfino.
Assista ao programa completo
O live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 19h30h.
Programa 07 de dezembro de 2020, a partir das 19h30
Painel de INOVAÇÃO
Tema – Oportunidades e Desafios do Jovem Empreendedor na Baixada Santista
Apresentação, Sérgio França Coelho
SOBRE OS CONVIDADOS
ALEXANDRE CATENA VOLPE, Acadêmico do 5 ano do curso de Medicina, Presidente do Centro Acadêmico Dr. José Martins Fontes, Foi Diretor do Comitê de Saúde Pública da International Federation of Medical Students Brazil – IFMSA Brazil Fundador e Ex-Presidente da Liga Acadêmica de Mastologia da Medicina Unimes, e da Liga de Medicina Legal da Unimes, Fundador do Programa Giovana Pascoal de Combate ao Câncer, Foi Coordenador da Comissão de Saúde Pública e Ação Social do NJE da Ciesp Santos e atualmente Coordenador do NJE da Ciesp Santos
LEONARDO DELFINO, Empresário e CEO da Criando Valor, Membro do Lide Futuro Litoral Paulista e diretor da Associação Comercial de Santos
MARCO AURÉLIO ROSAS, Graduado em Administração de Empresas, especialização em Planejamento e Marketing Turístico pelo , Gestão da Inovação e Empreendedorismo, Consultoria Empresaria, Formação de Líderes pela Universitá Cattólica del Sacro Cuore em Milão-IT; Programa de Desenvolvimento de Líderes – Lit Saint Paul; Professor Universitário, Funcionário do SEBRAE-SP desde Janeiro/96, atuando nas áreas de Consultorias, Gestão de Projetos, Incubadoras Tecnológicas, Programas de Tecnologia e Inovação, Organização e Desenvolvimento de destinos turísticos. Atualmente exerce a função de Gerente no Sebrae Baixada Santista.
ERIK SANCHES, Diretor do CIESP/FIESP – Santos. Pós Graduado em Gestão Empresarial – FAAP, Empresário do Ramo de Rejuvenescimento e Qualidade de Vida.
Apresentação – SÉRGIO FRANÇA COELHO
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