No dia 8 de março comemoramos oficialmente o Dia Internacional da Mulher e, infelizmente, mesmo estando no século XXI, ainda, deparamos com o desconhecimento, com a preconceito, com a culpabilização da conduta da mulher-vítima da violência doméstica, com abusos sexuais, morais e patrimoniais, fatores que coisificam a mulher e que demonstram o quanto nossa sociedade precisa evoluir e se permitir a humanizar as nossas relações.
As manifestações pela valorização da mulher começaram a fluir no início do século passado e, entre 1908 e 1918 explodiram. Foram registrados vários protestos, que objetivavam honrar as lutas femininas, garantir o direito ao trabalho e instituir o sufrágio universal, em diferentes nações. Em 8 de março de 1917, na Rússia do Czar Nicolau II, 90 mil operárias foram às ruas denunciar a fome e as más condições de saúde e respeito no ambiente de trabalho, rechaçando a participação russa na Primeira Guerra Mundial, no protesto que ficou conhecido como “Pão e Paz”. O episódio foi reconhecido, posteriormente, como o Dia Internacional da Mulher.
Infelizmente, quase um século depois, e milhares de mortes de mulheres, “vítimas do fato de serem mulheres”, o pais aprovou a Lei Federal nº 11.340/06 – a Lei Maria da Penha, cuja finalidade é prevenir a violência do âmbito das relações domésticas e de afeto e abuso das mulheres e das famílias, por meio da violência física, patrimonial, moral, sexual e psicológica e, caso não seja possível, punir quem impinja tanta dor à mulher e a família. No contexto, atualmente, estamos vivendo a Pandemia do COVID-19, que modificou a vida das famílias e as relações de trabalho em toda a sociedade, de maneira, provavelmente, permanente!
“Produzimos um filme com mulheres de variadas idades e etnias para que pudessem se sentir representadas nele, onde estas mulheres aparecem segurando cartazes com canais de denúncias e frases de encorajamento. Esse vídeo alcançou mais de 30 mil visualizações, o que nos deixou muito felizes”
Diná Ferreira Oliveira
Dados recentes, infelizmente, indicam que as mulheres foram as mais afetadas pela sobrecarga de trabalho, pelo aumento dos índices de violência doméstica e pela diminuição de acesso aos serviços de atendimento. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Brasil apontou que o número de feminicídios no país cresceu quase 2%, somente durante o primeiro semestre de 2020, atingindo picos durante os meses mais críticos da pandemia.
Em 2018, no Dia Internacional da Mulher, a empresária Luiza Trajano lançou uma campanha denominada “Em briga de marido e mulher, sim, se mete a colher!”, As colaboradoras da Rede Magazine Luiza receberam o suporte do Canal da Mulher, um número para o qual elas podem ligar caso estejam passando por alguma situação de violência! Aos poucos, as mulheres estão se organizando! Aos poucos a sociedade, unida por ideais de humanização e de igualdade, está se levantando! É a hora do Protagonismo Cidadão meter a colher!!!
Foi neste contexto e para refletir sobre O PAPEL DA MULHER NA ERA PANDÊMICA: “Avanços e Retrocessos” que o Programa Protagonismo Regional em Debate, em seu painel GOVERNANÇA LOCAL recebeu, no dia 08 de março de 2021, Diná Ferreira Oliveira – Coordenadora de Políticas para a Mulher da Prefeitura de Santos e Vice-Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Jorge Tassi – Professor Universitário e Co-founder da Plataforma The Mindset e Patrícia Rezende Pennisi – Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas e Founder da Plataforma Jeito em Gestão. , com a apresentação de Lucia Helena Cordeiro
“Antes de nós tratarmos a violência, temos que tratar de como prevenir a violência”. “A mulher que não encontra meios de se sustentar terá poucos chances de se libertar da relação de poder de seus companheiros e se proteger da violência”
Jorge Tassi
REDE DE APOIO – Diná Ferreira Oliveira, que é Coordenadora de Políticas para a Mulher da Prefeitura de Santos e Vice-Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, defendeu o fortalecimento de iniciativas de apoio e encorajamento às mulheres vítimas de violência, lembrando uma das iniciativas destes órgãos durante este período de pandemia, quando os índices de violência contra a mulher aumentaram. “Produzimos um filme com mulheres de variadas idades e etnias para que pudessem se sentir representadas nele, onde estas mulheres aparecem segurando cartazes com canais de denúncias e frases de encorajamento. Esse vídeo alcançou mais de 30 mil visualizações, o que nos deixou muito felizes”
“Nosso foco é somar resultados de pesquisas sobre o assunto, fomentar parcerias, induzir positivamente o Poder Público e somar ao Programa de Aceleração de Empreendedoras – 2021″
Patrícia Rezende Pennisi
O Professor Mestre Jorge Tassi lembrou algumas informações importantes reveladas pela pesquisa preambular realizada em parceria com o Movimento Protagonismo Cidadão sobre o conhecimento de alunos ingressantes em universidades, de diversos Estados do Brasil, acerca dos objetos de que trata a Lei Maria da Penha, ,e que buscou compreender a percepção dos respondentes sobre o conteúdo que consta no texto da Lei, e as garantias da mulher em situação de violência doméstica. “A pesquisa apurou que há muita dúvida em públicos que podem ser considerados como qualificados, imaginem, então, em públicos não tão qualificados?! Ponderou Tassi.
DEPENDENCIA ECONOMICA – O pesquisador destacou também algumas das conclusões provenientes da análise e tabulação desta pesquisa, dentre elas, de que a lei foi criada para punir os homens, e da pouca compreensão dos aspectos preventivos de que trata a lei, além de uma visão patrimonialista predominante nas relações de poder entre as famílias, o que também dificulta a evolução destas medidas de prevenção. “Antes de nós tratarmos a violência, temos que tratar de como prevenir a violência”. “A mulher que não encontra meios de sustentar a si e seus filhos terá poucas chances de se libertar da relação de poder de seus companheiros e se proteger da violência” afirmou.
FUTURO – A Professora Universitária Patrícia Rezende Pennisi trouxe ao debate sobre “O Papel da Mulher na Era Pandêmica, à luta por igualdade de oportunidades, lembrando o marco oficial, que se deu com o protesto conhecido como “Pão e Paz”, em 1917. Neste contexto, Pennisi cita o Programa de Aceleração de Empreendedoras 2021 promovido pela Plataforma Jeito Protagonista, como sendo um dos avanços a serem mencionados, e possível graças às tecnologias e às oportunidades que as mulheres do Século XXI têm de serem protagonistas de suas próprias histórias, qualificando-se e ocupando espaços como empreendedoras capazes de proverem o próprio sustento.
É hora, então, de propor pesquisas mais específicas, mais profundas, que analise o cerne do preconceito e o modus operandi sobre a violência, para que possamos pensar em políticas para fortalecer os cidadãos que lutam pela valorização da família e pelo respeito à mulher!
“Nosso foco é somar resultados de pesquisas sobre o assunto, fomentar parcerias, induzir positivamente o Poder Público e somar ao Programa de Aceleração de Empreendedoras – 2021, resultado da parceria entre o Movimento Protagonismo Cidadão, a Plataforma Jeito em Gestão e a Hinova Play, buscando soluções de Tecnologia da Informação, como iniciativas que visam estabelecer avanços no respeito e na qualidade de vida da Mulher e da Família, sem esquecer os retrocessos. Afirmou Pennisi.
Assista ao programa completo
O live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 20h.
Programa de 15 de março de 2021
Painel GOVERNANÇA LOCAL
Tema – O PAPEL DA MULHER NA ERA PANDÊMICA: “Avanços e Retrocessos” Apresentação, Lucia Helena Cordeiro
SOBRE OS CONVIDADOS
DINÁ FERREIRA OLIVEIRA – Coordenadora de Políticas para a Mulher da Prefeitura de Santos e Vice-Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
JORGE TASSI – Oficial da Reserva da Polícia Militar, Mestre em Direito pela PUCSP, Professor da Universidade Salgado de Oliveira em Belo Horizonte – Pesquisador da área de Criminologia e Ciências Policiais
PATRÍCIA REZENDE PENNISI – Mestranda em Recursos Humanos e Gestão do Conhecimento, Professora Universitária, Founder da Jeito em Gestão – conteúdos on-line, colunista e colaboradora do Blog Protagonismo Cidadão.