27 de abril de 2021
MESMO CRESCENDO, SERVIÇO APRESENTA DIFICULDADES – Se há um setor que cresceu em 2020, é o de delivery. Impossibilitados de frequentar restaurantes e bares durante o pico de contágio da Covid-19, consumidores investiram em refeições no conforto do lar. Segundo dados da Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, entre os meses de abril e junho, os gastos com os principais aplicativos de entrega de comida (Rappi, iFood e Uber Eats) cresceram 94,67%, ou seja, quase dobraram na comparação entre janeiro e maio de 2019. Esse crescimento deve continuar mesmo quando a pandemia for embora. Porém, ainda há desafios a serem superados.
Conforme aponta o especialista em Alimentos e Bebidas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae-RS), Roger Kafkle, uma das grandes dificuldades que os empreendedores da área de alimentação enfrentam é conseguir embalagens apropriadas e baratas. “A tecnologia de embalagens ainda está se desenvolvendo. Os consumidores não entendem o preço”, observa. Nessa esteira, o acesso a insumos também se mostrou ser um desafio durante a pandemia, quando a demanda cresceu repentinamente e os fornecedores não conseguiram acompanhar o ritmo.
“Este é um caminho irreversível uma cadeia que deve ter investimento e treinamento. “Quem se estruturar primeiro colherá melhores resultados”
João Vilella
SISTEMAS E TREINAMENTO – Diante de tantos desafios os comerciantes tem se deparado com as dúvidas sobre quais sistemas seriam mais apropriados para absorver seus negócios, e que tipo de treinamento aplicar aos seus processos de venda e atendimento. Neste sentido, o perfil das pessoas envolvidas é importante para cada função no atendimento do delivery? Até que ponto a liderança de colaboradores pode contribuir para organização destes sistemas? Na escolha das equipes de entrega, quais os riscos para a reputação do se negócio? Qual a importância das redes sociais e outros aplicativos de comunicação instantânea? Quais experiências no processo de delivery podem servir de inspiração para outros comerciantes? Os empresários estão atentos a ouvir seus cliente e consumidores em geral para aperfeiçoar seus processos?
Para refletir sobre NEGÓCIOS ONLINE. Como se adaptar tão rápido a nova realidade?, o Live Protagonismo Regional em Debate, em seu painel PORTO-CIDADE-INDUSTRIA, recebeu no programa de 26 de abril de 2021, Antônio Pires – Empresário e Presidente do SINASPAN Baixada Santista, João Vilela – Empresário do Comércio e comentários de Erik Sanches – Diretor Regional do CIESP/FIESP
“O comércio tem que investir sim no Delivery. Pode ser uma operação que atualmente não gere lucro, mas no médio prazo vai gerar”
Erik Sanches
EXPERIÊNCIAS NO PROCESSO Antônio Pires, proprietário da panificadora Arco-íris e presidente do SINASPAN (Sindicato da Industria de Panificação da Baixada Santista) reconhece a importância que o delivery e o takeaway tiveram durante o período conturbado para o comércio de alimentos. Segundo Pires, há cerca de quatro anos já se vem observando uma alta nas modalidades, tanto que ele mesmo já adotava o sistema 3 anos antes do início da pandemia. “O delivery é uma boa oportunidade para testar produtos e prototipar. Já era um canal de venda importante. Por ser a única possibilidade nessa época, cresceu”, afirma. Por isso, a expansão das dark e cloud kitchens (cozinhas focadas em tele) deve ser tendência. Para fortalecer as entregas, ele destaca que os estabelecimentos devem sempre observar se o item do cardápio “viaja bem”. Isto é, se a qualidade do produto não é muito prejudicada no trajeto até a casa do cliente.
FUTURO, CULTURA E ADAPTAÇÃO – Representantes do setor de Bares e Restaurantes salientam a importância de se dedicar a uma operação de delivery bem estudada e estruturada. “Estabelecimentos que já tinham o delivery no seu DNA cresceram. E mesmo aquele que nunca pensou em trabalhar com isso teve de se adaptar”, pontua Antônio Pires empresário do setor de panificação e presidente do SINASPAN.
Para o diretor regional do CIESP Santos Erik Sanches, outra dificuldade que os empreendedores têm de enfrentar, é a margem que os aplicativos de entrega cobram pelo funcionamento. “Apps ficam com 10% a 30% do faturamento. Com uma logística própria, chega a 12%”, ressalta.
“O delivery é uma boa oportunidade para testar produtos e prototipar. Já era um canal de venda importante para nós. Por ser a única possibilidade na época de pandemia, cresceu”
Antônio Pires
Para fugir das porcentagens, Sanches afirma que existem sistemas de gestão que criam links direto para os pedidos (whastapp), sem necessidade de baixar aplicativos. “É uma alternativa dispendiosa, que não dá resultados da noite para o dia”, afirma. “O comércio tem que investir sim no Delivery. Pode ser uma operação que atualmente não gere lucro, mas no médio prazo vai gerar” afirmou
Para o empresário do comércio João Villela, o cliente, cada vez mais vai preferir comprar onde ofereça o maior número de canais de opções de compras. A confiança é fundamental. “Devemos lembrar que as padarias foram os primeiros a usar o Delivery quando o pão e o leite eram entregues em casa”. Villela argumentou também que todos os processos do Delivery tem a mesma importância. “Este é um caminho irreversível uma cadeia que deve ter investimento e treinamento. “Quem se estruturar primeiro colherá melhores resultados” concluiu.
Assista ao programa completo
O live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 20h.
Programa de 26 de abril de 2021
Painel PORTO-CIDADE-INDUSTRIA
Tema – NEGÓCIOS ONLINE. Como se adaptar tão rápido a nova realidade?
Apresentação, Sérgio França Coelho
SOBRE OS CONVIDADOS
ANTÔNIO PIRES – Empresário do setor de panificação e Presidente do Sindicato da Industria de Panificação da Baixada Santista SINASPAN
JOÃO VILELA– Empresário do comércio, advogado, formado em Mecânica e Engenharia. Atuou por oito anos como professor nos cursos técnicos da Escolástica Rosa e Aristóteles Ferreira.
ERIK SANCHES – Diretor do CIESP/FIESP – Santos. Pós Graduado em Gestão Empresarial – FAAP, Empresário do Ramo de Rejuvenescimento e Qualidade de Vida, colunista e comentarista do painel Porto Cidade da Plataforma Protagonismo Cidadão.