20 de dezembro de 2021

Próxima de completar 500 anos, Santos é uma das mais antigas cidades do Brasil, e sua história se confunde com a própria história brasileira, abrigando edificações, monumentos e sítios arqueológicos de inestimável valor. No contexto indissociável da riqueza de seu acervo histórico-cultural está o Porto de Santos, primeiro porto organizado do Brasil, que em 2022 completará 130 anos. Santos que foi porto antes de ser vila, ambos surgidos na primeira metade do século XVI. E por suas instalações, dos antigos trapiches e pontes rudimentares ao mais modernos terminais, teve início a relação do Brasil com o mundo e com o próprio desenvolvimento econômico do país, destacando-se em todos os seus ciclos econômicos.

Instalado em 1º de setembro de 1989, nas antigas residências de engenheiros do corpo diretivo da Cia. Docas de, o Museu do Porto abriga importante parte da história do Brasil, com várias raridades, cujo conhecimento é de extremo interesse para historiadores, pesquisadores, estudantes e público em geral.

Projetada pelo Engenheiro Guilherme Benjamin Weinschenck em 1902, a edificação principal foi utilizada como resistência oficial de dirigentes da Companhia Docas de Santos (CDS) até a década de 1950, quando foi transformada em escritório administrativo da empresa. Nesse casarão foram projetadas e coordenadas as construções das primeiras instalações portuárias. Posteriormente, em 2019, essas moradias foram tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (CONDEPASA), preservando, assim, importante parte da história do porto, da cidade e do país.

ACERVO – Contando com um acervo de aproximadamente 2 mil itens, que inclui: documentos, fotografias, instrumentos náuticos e ferramentas, muitos dos quais fabricados nas oficinas da CDS, o museu abriga também inúmeras raridades que preservam e contam os detalhes da história do Porto de Santos, tais como: a Lancha Igara, utilizada para transporte de autoridades, adquirida em 1926; instrumentos de desenho utilizados pelo Eng. Guilherme Benjamim Weinschenck e pelo Eng. Ulrico Mursa; cópia do Decreto de Concessão do Porto, em 1888, editado pela Princesa Isabel; equipamentos marítimos e náuticos como: bitáculas, timões, bússolas e escafandro, além de negativos de vidro, com 700 lâminas datadas do início do século XX.

TRABALHO VOLUNTÁRIO – A história do Museu de fato teve início, quando o Engenheiro Antônio Carlos da Mata Barreto assumiu voluntariamente a iniciativa de preservar os documentos da extinta CDS, que poderiam ter sido incinerados não fosse sua ação, que os manteve, prevendo uma futura reserva histórica.

Mantido pela CODESP, agora Santos Port Authority (SPA), com a denominação Complexo Cultural do Porto de Santos, sua estrutura reúne o Museu do Porto, uma Biblioteca (com cerca de 3 mil títulos) e uma Mapoteca. O Complexo foi inaugurado para visita pública em 1º de setembro de 1989, logo se consolidando como um atrativo turístico e cultural da região.

BNDES – Visando fomentar iniciativas de preservação e exploração turística do patrimônio histórico cultural no Brasil, em julho do mesmo ano, o BNDES publicou chamada pública para seleção de projetos para o programa Resgatando a História, tendo como objetivo o apoio financeiro à recuperação do patrimônio histórico nacional, fomentando a restauração e revitalização de elementos materiais, imateriais e acervos memoriais de todo o país. De acordo com o sítio do BNDES, o Resgatando a História tem o potencial de alavancar o poder de impacto e de transformação na sociedade.

Numa parceria inédita, o BNDES, a Ambev Brasil, a EDP, o Instituto Cultural Vale, o Instituto Neonergia e a MRS Logística vão investir, juntos, cerca de R$ 200 milhões em projetos localizados em todas as regiões do país, selecionados por meio de uma chamada pública.

Qual seria o potencial do Complexo Cultural do Porto de Santos em agregar valor junto a um potencial Museu de Logística Nacional?

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – No contexto deste abordagem, valem as seguintes reflexões: Qual a importância da preservação do acervo histórico do porto de Santos para a cultura nacional? Como anda o interesse da comunidade acadêmica a respeito desta preservação?

Qual seria a melhor relação dos cursos de arquitetura, engenharia, logística e história com tal acervo? Quais seriam os maiores desafios a serem superados para tornar o Complexo Cultural do Porto de Santos um equipamento de relevância nacional e autossustentável economicamente, considerando sua inequívoca importância?

É possível uma maior sinergia com acervos de outros modais, lembrando que o sistema portuário é fundamentalmente afetado por seus acessos e regulações?

Para refletir sobre esse tema, o Protagonismo Regional em Debate realizado em parceria com o Diário do Litoral abordou no programa de 20 de dezembro o tema: MUSEU DO PORTO |O Berço da Logística Nacional Que recebeu como convidados: Antônio Carlos Mata Barreto | Engenheiro do Complexo Cultural do Porto, Adilson Gonçalves| Engenheiro, Prof. Universitário, e Colunista do Programa Eduardo Lustoza | Engenheiro, Consultor Portuário e Comentarista e Wladimir Mattos |Empresário do Setor Portuário e Comentarista

Confira o Programa Completo 

 SOBRE OS CONVIDADOS

ANTÔNIO CARLOS MATA BARRETO | Engenheiro do Complexo Cultural do Porto,

ADILSON LUIZ GONÇALVES, Professor Universitário, Mestre, Engenheiro Civil, Escritor, Colunista e Comentarista do Painel Porto-Cidade, colaborador de conteúdos da Plataforma Protagonismo Cidadão.

EDUARDO LUSTOZA| Engenheiro, Ex-Diretor da AEAS e Porta-Voz do movimento “Vou de túnel”.

WLADIMIR MATTOS – Empresário do setor Portuário, também é licenciado em história, apoiador do esporte na região é um dos fundadores e em Embaixador do Movimento Protagonismo Cidadão.

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ZONEAMENTO DO PORTO | Impactos Econômicos e Ambientais dos Leilões nos Novos Terminais

SOBRE O PROGRAMA

O programa Protagonismo Regional em Debate, produzido pela equipe de comunicação do Protagonismo Cidadão, teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020, e conta com a participação de especialistas e lideranças de setores diversos. Com duração de 60 minutos as entrevistas e debates são pautados na identidade e vocações econômicas da região.

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO

O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações. A criação de uma cultura de participação proativa da sociedade sobre temas ainda restritos à autoridades públicas, políticos, e lideranças empresariais.

CANAIS DE TRANSMISSÃO

 O programa tem apostado em estratégias multi-plataforma de redes sociais – nos canais do Youtube, Facebook e Instagram Protagonismo Cidadão e Diário do Litoral, com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lucia Helena Cordeiro, ambos, fundadores e membros da coordenação do Protagonismo Cidadão.