Recentemente o Protagonismo Regional em Debate abordou em um dos painéis o tema Desemprego entre os jovens, promovendo um debate sobre soluções possíveis para a diminuição da quantidade de jovens desempregados e o baixo índice de capacitação para o ingresso destes jovens no mercado de trabalho.
O que espanta é que ao mesmo tempo em que o número de desempregados com menos de 29 anos no Brasil gira em torno de 12 milhões de pessoas, o mercado da tecnologia da informação vem sofrendo nos últimos anos um déficit considerável na mão de obra qualificada para o setor. Situação que agravou-se durante a pandemia, onde a grande maioria das empresas, para conseguir cumprir o distanciamento social precisou adaptar sua metodologia de trabalho que antes era feito de forma presencial, para as plataformas digitais como sites e apps. Consequentemente, a procura por profissionais programadores intensificou-se numa proporção em que os profissionais atuantes no mercado não conseguiram suprir a demanda de trabalho. Um estudo da Mackenzie Company, empresa de consultoria americana, afirma que durante a pandemia a procura por profissionais de programação cresceu 4 anos em 8 semanas.
Não muito diferente do Brasil, o restante do mundo também sofre com o déficit. Com a necessidade de criação de softwares cada vez mais seguros, é imprescindível o recrutamento de profissionais que sejam autoridades no setor. É bem verdade que profissionais mais experientes sempre foram muito assediados pelas empresas no Brasil, mas depois da pandemia muitos perfis na rede social Linkedin passaram a chamar atenção de empresas estrangeiras.
Esta busca urgente por mão de obra qualificada justifica a valorização dos salários nesta área e acaba sendo difícil para empresas brasileiras conseguirem competir com empresas internacionais, que oferecem um salário 4 vezes mais alto do que no Brasil, fazendo com que cada vez mais profissionais brasileiros migrem para o mercado exterior. Este é um dado alarmante, pois segundo uma pesquisa da Brazillab, caso continue nesse ritmo o país terá um déficit de mais de 300 mil profissionais em 2024.
Como é possivel reduzir este deficit? A situação encontra-se em um ponto tão preocupante, que neste ano de 2022 a Federação Assespro que representa mais de 2.500 empresas de T.I no Brasil escreveu um manifesto aos candidatos à Presidencia propondo que o proximo governo trabalhe quatro aspectos em prol do setor de T.I.: educação para a tecnologia, inclusão digital, infraestrutura econômica e social para T.I. e programas tecnológicos em parceria com o setor privado. Sendo o aspecto da educação o mais abordado.
A entidade afirma que o ensino superior e técnico são fundamentais, no entanto é necessário também um direcionamento estratégico para cursos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, a fim de alinhar a capacitação com as necessidades do setor.
Independente de ações de política pública, os empresários brasileiros devem voltar seus olhares para este problema. Uma vez que profissionais sênior estão sendo recrutados para empresas internacionais, faz-se necessário que as empresas nacionais ofereçam oportunidades para programadores juniores.
Dar oportunidade para quem está começando é importante para fomentar a construção deste mercado e não sofrer grandes danos com o provável déficit. No entanto, tão importante quanto dar oportunidade a novos profissionais, é também promover o acesso de todas à capacitação para todas as pessoas. Isto nos faz levantar alguns questionamentos. Como é possível que empresas atuem no fomento da capacitação de jovens? Sabendo que grande parte da população vive em situação de vulnerabilidade, como é possível promover acessibilidade a todos os jovens que tenham interesse em fazer um curso de capacitação? De que forma esta capacitação de novos talentos pode cooperar com o desenvolvimento da sociedade? Como fazer com que estas informações cheguem a populações com índice baixo de acesso a tecnologia? Considerando que este é um setor pouco explorado nas periferias, como gerar interesse neste público em ingressar neste mercado? Como a política pública pode ser mais ativa nas questões de tecnologia? Por onde é possível começar as mudanças na educação? Quais medidas devem ser adotadas pelo setor privado?
Para refletir sobre esse tema, o painel GOVLOC do Protagonismo Regional em Debate promove no programa do próximo dia 21 de NOVEMBRO, a partir das 20h,o debate: MERCADO DE TRABALHO PARA OS JOVENS | Oportunidades, iniciativas e Tecnologia Que terá como convidadas: Carlos Queiroz | Empresário e Presidente da Ej Fatec Praia Grande;
Assista ao programa na integra:
SOBRE OS CONVIDADOS:
CARLOS QUEIROZ| Ceo da Cs – Reformas e Construções, Ceo da c3I, Presidente da Ej Fatec, foi docente do curso de gestão empresarial e gestão estratégica de negócios. Foi gestor de projetos na G&D – Giesecke & Devrient. Foi analista de suporte técnico na TSS – Tecnology Security System. Foi coordenador de projetos na NCR Brasil LTDA. Foi coordenador no ItauSec S/A – Grupo Itau – S/A. Formado em Administração com ênfase em gestão de recursos humanos. Possui MBA em gestão estratégica de negócios e especialização em Gestão de Projetos. É técnico em eletrônica e técnico em administração. Atualmente estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas.
SOBRE O PROGRAMA
A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se autodefine ao mesmo tempo como visão, selo e canal de informação em plataforma digital.
ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO
O programa Protagonismo Regional em Debate, produzido pela equipe de comunicação do Movimento Protagonismo Cidadão, teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020 e conta com a participação de especialistas e lideranças de setores diversos. Com duração de 60 minutos, as entrevistas e debates são pautados na identidade e vocações econômicas da região.
As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro, ambos fundadores e membros da Coordenação do Movimento Protagonismo Cidadão.
PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO
O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas: política, empresarial e estatal.
CANAIS DE TRANSMISSÃO
Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multi-plataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram Protagonismo Cidadão e Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial em jovens de 25 a 35 anos, que ainda estão formando consciência crítica quanto aos desafios da vida nas cidades