MERCADO DE CONSTRUÇÃO | Desafios para a Baixada Santista em 2023

A construção Civil é engrenagem fundamental para a economia brasileira, o que pôde se confirmar no período mais crítico da economia brasileira, e até após o cenário de retomada de investimentos e negócios, no início do segundo semestre de 2022.  

 

Direta ou indiretamente o mercado da construção civil é responsável por cerca 8% do PIB brasileiro. Mercado tradicional e conservador, a pandemia do coronavírus forçou um empurrão rumo à transformação digital do mercado imobiliário. Sem alternativas, as empresas do setor precisaram investir em tecnologia, algo que vinha sendo postergado, até em função da crise anterior que impactou o segmento. Um setor que já vinha retomando sua movimentação, mesmo ainda durante a pandemia. Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as vendas da incorporação imobiliária no terceiro trimestre de 2020 haviam alcançado um novo recorde, com 39.617 unidades vendidas, alta de 39,7% em relação ao mesmo período de 2019. O resultado positivo foi impulsionado pela retomada da economia – o PIB brasileiro cresceu 7,7% no terceiro trimestre de 2020 na comparação com o período anterior -, os juros baixos e o aumento do crédito. 

Em 2021, enquanto a economia nacional como um todo cresceu 4,6%, recuperando-se da queda de 3,9% de 2020, a construção civil obteve um crescimento robusto de 9,7% ante a uma queda de 6,7% no ano anterior. Este foi o melhor desempenho do setor desde 2010. 

 

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NA BAIXADA SANTISTA – No início de agosto em entrevista ao programa Baixada em Pauta, o Diretor da Construtora Macuco e do Sinduscon Lucas Teixeira, declarou que o setor manteve o ritmo de obras mesmo durante a pandemia, e que acreditava na retomada da confiança e do crédito para que o mercado se mantivesse aquecido, apontando o ótimo momento para quem desejava comprar um imóvel considerando a previsão de uma alta nos valores a partir de 2023. Especialistas consultados destacaram as diferenças do mercado imobiliário na Baixada Santista em relação a grande São Paulo e dos próprios desafios a serem enfrentados, como os custos de áreas para construção, as próprias  restrições das leis de zoneamento e de defesa do patrimônio histórico para algumas regiões da cidade. 

 

MUDANÇAS NA LEI DE OCUPAÇÃO DO SOLO – Se de um lado o setor empresarial procura formas de manter o mercado aquecido buscando alternativas de viabilizar novos empreendimentos, há setores da sociedade preocupados com a possibilidade de aumentos ainda maiores dos valores das moradias em Santos, tornando ainda mais difícil seu acesso à população de baixa renda. Em entrevista ao portal Diário do litoral no mês de outubro, o arquiteto urbanista e professor universitário José Marques Carriço manifestou sua preocupação em relação à revisão da Lei de Uso e Ocupação de Solo (LUOS) que, segundo acredita, poderá servir como ferramenta de segregação, afastando santistas mais pobres para regiões mais distantes dos grandes centros urbanos do Município. A preocupação de Carriço vai ao encontro de lideranças comunitárias que estão fazendo o mesmo alerta via redes sociais.

A LUOS tramita na Câmara de Santos e já realizou audiência pública solicitada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Casa, formada pelos vereadores Fabrício Cardoso (Podemos), Francisco Nogueira (PT) e Paulo Miyasiro (Republicanos).

“Do jeito que a está, autorizando a alteração do uso mediante contrapartida financeira ou urbanística pelo beneficiário, em tese, qualquer incorporador que pague um bom valor por áreas de interesse público poderá construir e comercializar imóveis para pessoas de classe alta ao invés de habitação popular para pessoas de baixa renda”, afirma Carriço.

 

ARQUITETURA, RETROFIT E CIDADES PORTUÁRIAS – O desafio em encontrar solução para os conflitos de interesse que envolvem o setor tornam o desafio urbanístico na região ainda mais complexo. Neste sentido, a busca por soluções inovadoras se torna não apenas necessária como indispensável.  

 

O uso do “Retrofit”, (como e quando fazer), foi apresentado durante o Summit da Construção organizado pelo grupo A Tribuna, e mostrou situações reais onde a prática foi utilizada e beneficiou a todos, inclusive a população, e que ainda encontram barreiras para sua viabilização. 

Outro aspecto importante no debate sobre o mercado da construção civil e os modelos de urbanização na região tem sido sobre a perspectiva dos desafios das cidades portuárias. As cidades portuárias costumam sofrer com áreas de retroporto degradadas e de difícil solução urbanística. 

Os projetos de revitalização precisam considerar o desenvolvimento econômico, sustentável e social, e a construção de uma relação porto – cidade, para o bem de ambas as partes. Em março deste ano, grupos privados chegaram a anunciar o lançamento de um Complexo de Inovação Porto-Indústria, e a criação de um hub de inovação e desenvolvimento de startups que resultariam em soluções tecnológicas portuárias e polos industriais, mas o projeto não avançou.  

Diante de tal contexto, a construção civil seguirá tendo a mesma importância para a economia nacional e regional nos próximos anos? O que aprendemos com o período de crise? As tendências estão se confirmando ou ainda é cedo para avaliar? Considerando as peculiaridades da região, qual a importância dos sistemas de retrofit para a superação dos gargalos regionais? As críticas à revisão da Lei de Uso e Ocupação de Solo em Santos são pertinentes? O que precisa ser melhorado? O turismo cultural poderia tornar-se a locomotiva de mudança daquela região da cidade? Quais os gargalos e riscos a serem superados para atração da construção civil para aquela região?

 

Para refletir sobre esse tema, o painel PORTO | CIDADE | INDÚSTRIA do Protagonismo Regional em Debate promove no programa do próximo dia 12 de dezembro, a partir das 20h, o debate: Mercado de Construção | Desafios para a baixada santista em 2023 Que terá como convidadas: Carlos Meschini| Diretor Regional do Secovi;  André Ursini |Empresario; Pedro Pustiglione | Empresário e economista

 

Assista ao programa na integra:

 

SOBRE OS CONVIDADOS

 

CARLOS MESCHINI  |Formado em Adm empresas na faculdade Lusíadas, 

Técnico em contabilidade e Edificações, Corretor, empresário e Diretor Regional do Secovi de Santos

 

ANDRÉ URSINI| Co-fundador e CEO no Complexo Empresarial e aeroportuário Andaraguá S/A, Diretor de Expansão do ICIPAR Empreendimentos e Participações S/A, Diretor Superintendente da Forbes Desenvolvimento Urbano LTDA, Diretor Superintendente da Peyneiras Empreendimentos e Participações S/A, Diretor Superintendente Emirates Empreendimentos e Participações LTDA, Diretor Administrativo WordCom Publicidade LTDA, CEO WordCom Brasil S/A, Conselheiro na GP – Global Prime Properties Corp .Foi Diretor de Expansão da empresa ICIPAR, É Membro da Comissão de Petróleo e Gás Natural da Bacia de Santos, Comentarista no Jornal da Manhã da Jovem Pan Baixada Santista toda sexta-feira, Apresentador do Quadro de Marketing Digital na Jovem Pan Baixada Santista toda quinta-feira; Comentarista no Jornal do CDL NO AR apresentado na Santa Cecília FM toda terça-feira, Apresentador do Quadro de Inovação e Tecnologia no Jornal do CDL NO AR na Santa Cecília FM toda segunda-feira, Comentarista do Jornal Opinião na TVCultura Litoral. 

 

PEDRO PUSTIGLIONE| Empresário, cientista da computação e economista. Atua no mercado financeiro como investidor desde 2007. Certificado como agente de investimentos em 2011. Atualmente é sócio da Phinancer. 

 

SOBRE O PROGRAMA

A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se autodefine como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.

ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO

O programa Protagonismo Regional em Debate, apresentado pelos consultores e fundadores da plataforma Sergio França Coelho e Lucia Helena Cordeiro é produzido pela equipe de comunicação da Plataforma Protagonismo Cidadão, e teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020. Conta com a participação de especialistas e lideranças de setores diversos. Com duração de 60 minutos, as entrevistas e debates são pautados na identidade e vocações econômicas da região. As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro.

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO

O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas política, empresarial e estatal.

CANAIS DE TRANSMISSÃO

Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multiplataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram do Protagonismo Cidadão e do jornal Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial no público de 35 a 55 anos, disposto ao debate crítico quanto aos desafios da vida nas cidades.