Na Baixada Santista, 54,2% de nossa população é de mulheres. Do total de número de Vereadores no Brasil, somente 16% são mulheres.
A Câmara Municipal é um órgão colegiado, estabelecido na Constituição Federal, em seu art. 29, composta por Vereadores, eleitos diretamente pelos munícipes, para uma legislatura de 4 anos. Mas, qual é o papel de um Vereador?
Dentre as muitas atribuições descritas na Constituição Federal, as mais conhecidas (ou deveriam sê-las) são as funções: legislativa e fiscalizadora.
Sim, cabem aos Vereadores eleitos a elaboração de leis sobre matérias de competência do Município, através de projetos voltados ao bem comum, assegurando a prática de comportamentos éticos e democráticos.
Na tarefa de fiscalização devem julgar, controlar e monitorar o Executivo, na figura do Prefeito, quanto à execução contábil, financeira, orçamentária e patrimonial, ou seja, deliberar e acompanhar sobre o orçamento anual, plurianual e diretrizes orçamentárias.
O que nos causa espanto é que tais papéis sejam exercidos, predominantemente por homens. Agora, nos limitando à Baixada Santista, mais nos surpreende essa baixa representatividade feminina, pois 54,2% de nossa população é de mulheres, segundo o IBGE-Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Do total de número de Vereadores no Brasil, somente 16% são mulheres.
Em matéria recém-publicada, das 5.567 cidades no Brasil, apenas 44 cidades terão a partir de 2021, a maioria de mulheres em suas Câmaras Municipais, ou seja, 0,79%.
937 cidades não terão nenhuma representante feminina.
Em 1.809 municípios terão apenas uma mulher.
Para o período 2021-24 Santos elegeu 3 Mulheres para um total de 21 Cadeiras (14,28%)
Isso sem falarmos na baixa representatividade como candidatas à Prefeitas, observando-se apenas que a cota impulsionou a candidatura à Vice de chapas predominantemente masculinas. De 16 candidatos (Homens) 11 mulheres estavam como Vice em suas chapas. Neste sentido seria muitas vezes nos questionamos o que leva uma vereadora a recandidatar-se. Seria verdade que, “mulheres não votam, predominantemente, em mulheres”? O que inibe a presença ostensiva de mais mulheres na política, no ponto de vista das atuais vereadoras? Como inspirar mais mulheres para que em 2024 disputem relevantes papéis como Presidente, Governadoras, Deputadas Federais e Senadoras? Que legado acreditam que deixarão para as futuras gerações de mulheres?
Para conversar sobre a relevância de Mais Mulheres na Política, e quanto às ações diferenciadas que mulheres preparadas agregam em termos de valor e humanização à Gestão Pública, o Live Protagonismo Regional em Debate, do dia 14 de dezembro recebeu a vereadora reeleito na Câmara de Santos pelo Partido Progressista (PP) Audrey Kleys.
“O crescimento de minha votação já é um resultado deste trabalho de conscientização, e uma sociedade equilibrada precisa ter mais mulheres em cargos de poder”
Audrey Kleys.
POLITICA E SOCIEDADE – A vereadora reeleita pelo Partido Progressistas (PP) Audrey Kleys não se define como política, mas como jornalista. Profissão que a própria acredita ter escolhida por vocação. “Sou jornalista e essa alma eu carrego no meu sangue com todo amor para honrar minha profissão, pois sou jornalista e estou vereadora” afirmou.
Durante a entrevista, Kleys admitiu que houve grande resistência da família em aceitar a sua primeira candidatura, em razão da imagem bastante desgastada dos políticos envolvidos em sucessivos escândalos de corrupção em todas as esferas. Tal resistência reforçou sua disposição em mudar essa cultura durante um possível mandato, que acabou se confirmando nas eleições de 2016.
A vereadora do PP também defendeu a ideia de mandado participativo, com ampla participação de sua base eleitoral, com forte presença no setor da educação. “Vim para uma reeleição para que vários projetos que ainda estão em tramitação possam ser apreciados e se tornarem realidade” defendeu.
FUTURO – Kleys acredita que as mulheres estão mais ousadas e dispostas a colocar seus nomes nas disputas. Apesar de uma maioria de homens em cargos eletivos no executivo e legislativo estão em vantagem para dar visibilidade aos seus mandatos. Para a vereadora, apesar de muitas mulheres estarem se destacando com líderes em suas comunidades, a sociedade ainda não amadureceu no sentido de confiar o voto majoritariamente para mulheres. “” “O crescimento de minha votação já é um resultado deste trabalho de conscientização, e uma sociedade equilibrada precisa ter mais mulheres em cargos de poder” afirmou.
Assista ao programa completo
O live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 19h30h.
Programa de 14 de dezembro de 2020, a partir das 19h30
Painel de GOVERNANÇA LOCAL
Tema – Mais Mulheres na Politica
Apresentação, Lucia Helena Cordeiro
SOBRE A CONVIDADA
AUDREY KLEYS – Jornalista, 15 anos de TV Tribuna. Professora da Fundação Nacional de Seguros, Bacharel em Direito, Pós-Graduada em Formação de Professores em Educação à Distância. Experiência na SEDUC – Secretaria da Educação em Santos. Atuante em Gestão de Projetos de Justiça Restaurativa. Casada – 01 Filho. Representando o Partido Progressista, como Presidente Estadual do PP Mulher desde 2017.