INSEGURANÇA NAS ESCOLAS | Tecnologia para enfrentar a crise?

Em 2014, o portal do Centro do professorado paulista publicou dados de uma pesquisa realizada pelo sindicato dos professores que entrevistou 2,1 mil pessoas. Os resultados publicados apontavam a segurança como o problema que mais afligia a comunidade escolar, respectivamente: 37% dos pais, 32% dos professores e 25% dos alunos. Ainda segundo a pesquisa, 57% dos professores e 70% dos alunos entrevistados consideravam violenta a escola que frequentam, além de que 44% dos professores e 28% dos alunos já teriam sofrido algum tipo de violência dentro dos colégios estaduais. O que esperar da formação de jovens num ambiente contaminado dessa maneira?

O MEDO INVADIU AS ESCOLAS – Os ataques ocorridos nas últimas semanas em algumas escolas do Brasil têm despertado preocupação e insegurança entre pais, alunos, professores, funcionários e na sociedade em geral.
Num momento em que o medo de novos ataques, diante de supostas ameaças, toma conta da vida escolar, parece natural ter este sentimento. O problema é quando este medo se converte em histeria coletiva, compromete o ritmo de vida, desencadeando crises de ansiedade elevadas e constantes, sobretudo naqueles que foram vítimas ou testemunharam a violência.

Diante do perigo, nem sempre visível, a tensão aumenta, levando a um desequilíbrio emocional, pois nos coloca numa condição de desamparo pela dificuldade de controlarmos a situação, apesar do reforço nas medidas de segurança nas escolas. Com isso, são comuns pensamentos negativos, por vezes catastróficos relacionados a possibilidade de novos ataques e morte.

Essa intranquilidade invade não só o ambiente escolar, mas também a vida pessoal dos pais que, pela tensão, tem dificuldade de concentrar nas tarefas do dia a dia, incluindo o trabalho. Este estado interno de alerta constante, perfeitamente compreensível neste momento, faz com que muitos alunos tenham crises de choro e recusa em ir à escola, levando os pais, que também estão temerosos, a concordarem. Tal conduta é uma medida de proteção, porém não resolve, pois traz conforto apenas momentâneo. O que é preciso fazer é aprender a lidar com o medo, em vez de fugir dele. Claro que não é um processo fácil, mas possível.

INDICADORES E RACIONALIDADE – Em um artigo, o psicanalista clínico e consultor em segurança pública Francisco Alves aponta, que desde os anos 2000, ocorreram 17 casos de ataques em escolas no país, com 77 feridos e 36 mortos. De 2002 a 2023 já foram registrados 22 ataques a escolas nos últimos dois anos o que já supera em número de ataques os 20 anos anteriores.

Ele destaca que as medidas recentes adotadas pelo governo do Estado de São Paulo, que encaminhou projeto de lei Nº 447 de 2023 dispondo sobre a contratação de policiais da reserva para prestarem segurança nas escolas, além das medidas do Governo Federal, através do Ministério da Justiça que anunciou um aporte financeiro de R$ 150 milhões para o policiamento de rondas escolares; as Guardas Municipais e Polícias Militares.

Alves também destaca que outro problema educacional é a falta de uma linguagem adequada de segurança pública nas escolas. “Muitas vezes, os alunos e funcionários não estão cientes dos riscos que podem enfrentar em ambientes escolares e não se preocupam em tomar medidas para mantê-los seguros. Além disso, muitas vezes não há nenhum plano de segurança estabelecido no ambiente escolar. E isso significa que os funcionários não têm instruções claras sobre como lidar com situações emergenciais o que pode levar a atrasos nas respostas de solicitações” argumenta.
POLICIAMENTO E TECNOLOGIA – O ambiente escolar deve ser seguro para que alunos e funcionários se sintam e possam realizar suas atividades diárias. “Infelizmente, muitas escolas não têm o nível de segurança necessário para manter os alunos e funcionários seguros. Será preciso investir pesado em sistemas de segurança, câmeras de monitoramento e alarmes, contratar funcionários adicionais para monitorar o ambiente escolar interno e externo” afirma Alves.
O especialista também destaca em seu artigo, que a falta de segurança nas escolas é um problema sério que precisa ser abordado, como também, a importância de que os governantes invistam em sistemas de monitoramento inteligentes, o treinamento de funcionários e a elaboração de planos de segurança escolar garantindo assim uma maior tranquilidade aos alunos e funcionários. “É importante que todos no ambiente escolar tenham treinamentos sobre a segurança local, para que estejam cientes dos riscos e saibam como lidar em emergências.
Outro ponto destacado pelo especialista é a polemica, mas necessária segurança armada, mesmo por quê, os delinquentes/terroristas, não vão às escolas praticar seus atos delituoso desarmados. Nesse contexto, as práticas de segurança pública e privada têm recorrido à tecnologia e as inovações tecnológicas para enfrentar a criminalidade. Aplicações várias, como app que atendem as chamadas de emergia para atender as agressões contra as mulheres, sistemas inteligentes de gerenciamento de vídeo, com a inclusão de Inteligência artificial e analíticos para reconhecimentos facial, fechaduras biométricas entre outros possibilitam maior comodidade para mitigar riscos.
Mas todas estas medidas ainda sofrem resistência de professores e gestores educacionais. Há o temor de que o ambiente escolar se torne hostil ao aprendizado, e que tais medidas tendem a afastar ainda mais os alunos criando mais tensão no ambiente escolar. O que fazer para equilibrar estas visões? Como utilizar as novas tecnologias sem prejudicar a relações interpessoais típicas do ambiente de ensino? Como a sociedade pode prevenir estes crimes sem ao mesmo tempo disseminar o pânico a histeria coletiva?

 

Para refletir sobre esse tema, o painel INOVATEC, promove no programa de 24 de abril, a partir das 20h, o debate: INSEGURANÇA NAS ESCOLAS | Tecnologia para enfrentar a crise? que terá como convidados: Francisco Alves| Psicanalista Clínico e Consultor em Segurança Pública, Dary Avanzi | Empresário de Tecnologia e Charmain da Imperium Holding e Ady Wanderley Ciocci | Advogado especialista em Interesses Difusos e Coletivos

SOBRE OS CONVIDADOS
FRANCISCO ALVES| Psicanalista e Vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança, Graduado em Direito e Teologia, é psicanalista clínico, Coach, especialista em gestão de pessoas. Policial militar aposentado, já foi presidente da Associação de Cabos e Soldados e secretário municipal de segurança de Limeira.

DARY AVANZI | Empresário, escritor, fotógrafo, Charmain da Imperium Holding & Participações, Sócio proprietário da Avanzi Tecnologia, da Nexuscom Tecnologia, GETLABS Tecnologia E Desenvolvimento de App e Sistemas e presidente do Instituto Dary Avanzi & Grafite – Tecnologia e Esporte.

ADY WANDERLEY CIOCCI | Advogado especialista em Interesses Difusos e Coletivos.

SOBRE O PROGRAMA
A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se autodefine como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.

ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO
O programa Protagonismo Regional em Debate é uma produção da equipe de comunicação da Plataforma Protagonismo Cidadão em parceria com os estúdios Telavip Digital e teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020.
Com duração de 60 minutos, as entrevistas e debates com especialistas e lideranças de setores diversos são pautadas na identidade e vocações econômicas da região. As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro, consultores organizacionais e fundadores do Protagonismo Cidadão.

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO
O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas política, empresarial e estatal.

CANAIS DE TRANSMISSÃO
Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multiplataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram do Protagonismo Cidadão e do jornal Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial no público de 35 a 55 anos, disposto ao debate crítico quanto aos desafios da vida nas cidades.

Assista o programa completo

 

confira tambem

PROTAGONISMO FEMININO | Muito além de Cinderelas