“Antigamente as tecnologias eram criadas pelas empresas, para seu próprio benefício. Com a mudança da cultura, veio o entendimento que inovação não é só tecnologia, mas o inconformismo com aquilo que você está vendo e que pode ser melhorado, usando a criatividade para resolver aquela dor”
Marco Riveiros
Embora as duas palavras, inicialmente, pareçam constituir um paradoxo, isto é, aparente falta de nexo ou lógica, nunca estiveram tão conectadas.
A história recente registra o dinamismo da cultura popular que, sem perder a essência, vem se permitindo às mudanças ocorridas no meio social.
Esse movimento cultural surge da necessidade do ser humano transformar o entorno social, buscando, entretanto, preservar a sua identidade.
A necessidade de se rever conceitos e práticas, leva-nos à constatação do quanto as culturas locais vem contribuindo para a sustentabilidade dos mesmos, constituindo um dos mais poderosos pilares da denominada Economia Criativa.
No atual cenário, abalado pela pandemia e obrigatoriedade de isolamento, que conduziram às mudanças radicais de hábitos, estudos recentes vem sinalizando que a retomada econômica, embora ainda lenta, vem se dando através dos 4 campos da Economia Criativa, como preconiza a ONU – Organização das Nações Unidas.
São eles:
- Mídias: Editorial e Audiovisual.
- Consumo: Moda, Design, Arquitetura e Publicidade.
- Cultura: Artes em geral, Expressões Culturais, Música e Patrimônio.
- Tecnologia e Inovação: Pesquisa, Desenvolvimento, Biotecnologia, Tecnologias da Informação e Comunicação.
Alguns países, em especial o Reino Unido, já começaram a incluir a
Criatividade em seus planos econômicos.
Assim, podemos afirmar que, nesta nova era iniciada em março, a tradição e a inovação andarão de braços dados, pois, mais do que conveniência, assegurarão a sobrevivência, à medida que o foco está no Empreendedorismo, onde dons, talentos e vocações, em ações co-construídas acelerarão a retomada econômica, inicialmente local e, por que não, global?
Para Marco Riveiros CEO da Innovation Space, existe um paradigma equivocado, de que tecnologia e invocação sejam áreas incompatíveis e antagônicos, pela não comunicação dos lados esquerdo e direito do cérebro, numa espécie de oposição entre o racionalismo e criatividade. Riveiros entende que a pandemia exponenciou a necessidade por inovação, alertando que as áreas (tecnologia e cultura), ao contrário do que se pensa, não são incompatíveis. “Antigamente as tecnologias eram criadas pelas empresas, para seu próprio benefício e crescimento. Com a mudança da cultura das pessoas e o entendimento de que inovação não é só tecnologia, mas o fato de você ser um inconformado com aquilo que você está vendo, e entender que aquilo pode ser melhorado, usando a criatividade para resolver aquela dor”
“Naquela época não existia internet, era tudo fita cassete, era tudo na raça, e hoje com a evolução tecnológica, com a globalização, a gente encontra ferramentas importantíssimas para ampliar, e difundir no mundo todo nosso trabalho”
Marcelo Cirino
Riveiros argumentou que qualquer solução criada para resolver um, problema pessoal ou da coletividade, independentemente de ser um sistema (programação), pode ser definida como inovação. “Com base nesta mudança de cultura nasce uma nova economia, a economia criativa, e dela surgem empresas de inovação, que são as startups, que trazem uma visão de produzir soluções tecnológicas focadas no indivíduo e não nas empresas”
Riveiros citou como um grande exemplo na economia criativa que uma das maiores forças de expressão de arte e cultura é a dança e a música pela sua esteira social e etnia, que tem como base sua forma de se expressar nas comunidades. “Antes estas comunidade precisariam de uma grande empresa para expressar sua cultura enquanto que hoje é possível produzir essa cultura a partir de tecnologias que estão a palma da mão”
O Empresário e fundador do grupo Dança de Rua do Brasil Marcelo Cirino destacou que começou de seu projeto, 30 anos atrás, os recursos eram bem mais escassos para uma produção. “Naquela época não existia internet, era tudo fita cassete, era tudo na raça, e hoje com a evolução tecnológica, com a globalização, a gente encontra ferramentas importantíssimas para ampliar, e difundir no mundo todo nosso trabalho”
Assista ao programa completo
O live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 19h30h.
Programa 16 de 07 de setembro de 2020
Painel de GOVERNANÇA LOCAL
Tema – “INOVAÇÃO & CULTURA POPULAR: DÃO UM BOM CALDO?
SOBRE OS CONVIDADOS
MARCO RIVEIROS , Founder da Resolv Risk e da Zero Treze Innovation Space, onde atua como CEO. Formado em Ciências da Computação e Processamento de Dados. Empreende Consultorias em Tecnologia da Informação desde 2006. Especialista em Hackathons, Arquitetura de Soluções, Comportamento do Consumidor e Desenvolvimento de Negócios.
MARCELO CIRINO, Empresário. Fundador, Diretor e Coreógrafo do Grupo Dança de Rua do Brasil. Idealizador do Projeto Social Dança de Rua, da Secretaria da Cultura do município de Santos.
Comentários, Sérgio França Coelho – Presidente do Instituto IPECS de Gestão Pública e Defesa Social, fundador da Plataforma Protagonsmo Cidadão
Apresentação, Lucia Helena Cordeiro