INDUSTRIALIZAÇÃO NO PORTO| Uma Demanda Emergente

15 de abril de 2024

*Por Eduardo Lustoza | Engenheiro, Consultor Portuário

 

 

industrialização no Brasil foi historicamente tardia, e as primeiras fábricas só foram abertas em 1808 com a chegada da Família Real ao Brasil, após três séculos sob-regime colonial e escravagista.

As taxas alfandegárias incidentes sobre os produtos importados se tornaram um divisor das águas, criando um ambiente favorável para o surgimento das primeiras manufaturas, e assim, produzir no Brasil ficaria mais barato, no ano de 1844. Entre 1930 e 1956 se deu a Revolução Industrial Brasileira, e durante o governo Vargas foi consolidada a indústria pesada no País.

 

Até hoje as barreiras alfandegarias continuam direcionando a balança comercial, incentivando a produção no território nacional ou internacional.

Um exemplo azedo assistimos nas exportações, totalmente desoneradas, com as principais commodities brasileiras, que se exporta principalmente pelas trading e cooperativas que não param de crescer e comprar a produção antecipada, trazendo até o risco de desabastecimento do mercado interno.

Incentivados pelo dólar alto e descalibrado, o produtor nacional vende seus produtos para as tradings, que no mercado internacional, industrializam os commodities e exportam para o Brasil, gerando riquezas e empregos melhores remunerados.

 

 

Este cenário tem levado a um processo de desindustrialização no Brasil em diversas cadeias produtivas: têxtil, café, calçado, chocolates, farmacêutico, automobilístico, eletrônicos, e etc, fatalmente nocauteados pela Custo-Brasil. Na maioria destes setores já é constatado que é mais barato comprar o produto importado, e fechar a indústria nacional, até para o simples picolés trazidos da Itália.

Os portos têm contribuído para este cenário de desindustrialização do país. Portos Públicos graneleiros arrendados para a Trading e Grupos Internacionais, transformam estes terminais em corredores logísticos privativos, restringindo as exportações de pequenos e médios produtores, que na dificuldade, vendem suas industrias, fato narrado amplamente pelos produtores de açúcar, salvos pelo TIPLAM que passou a atender ao setor no porto de Santos.

O Governo Federal ou peca pela ignorância ou pela falta de malícia e experiência. As Federações das Indústrias em todos os Estados também assistem passivamente estes Arrendamentos Portuários que afetam a indústria nacional. Agem como se não tivessem a obrigação de participarem desta modelagem e manterem os corredores logísticos abertos para todos, arrendados para Operadores Portuários.

 

Neste sentido, até que ponto a indústria 4.0 está beneficiando o plano macro de desenvolvimento logístico portuário do Porto de Santos?  Como essa indústria pode impactar ações que viabilizem ambientalmente a implantação de projetos de industrialização, aumentando significativamente o potencial de desenvolvimento na região? Existem estudos para identificar gargalos para a sua aplicação e o potencial hidroviário da região? Quais seriam as melhores propostas de ações para estimular o seu desenvolvimento e operacionalização?

 

Para refletir sobre esse tema, o painel PORTO CIDADE INDÚSTRIA do Protagonismo Regional em Debate promove no programa do próximo dia 22 de janeiro, a partir das 20h, o debate: INDUSTRIALIZAÇÃO NO PORTO| Uma Demanda Emergente, que terá como convidados: Eduardo Lustosa |Engenheiro e Consultor Portuário;

Comentários de Ana Angélica Alabarce | Arquiteta e Uranista, Analista Ambiental, a apresentação de Sérgio França Coelho e Lucia Helena Cordeiro

Assista o programa completo

 

 

SOBRE OS CONVIDADOS

EDUARDO LUSTOZA | Engenheiro, Consultor Portuário, Mestre em Engenharia Mecânica, Pesquisador pela Universidade Santa Cecília e Diretor de Portos da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos (AEAS), Porta Voz do Movimento Vou de Túnel, Presidente da Comissão Portuária do Túnel Santos/Guarujá; Ex Diretor de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da APS; Colunista e Comentarista do Painel Porto Cidade da Plataforma Protagonismo Cidadão.

ANA ANGÉLICA ALABARCE PINTO – Arquiteta e Urbanista, Analista Ambiental Federal e Agente em Emergência Ambiental, com 40 anos de Serviço Público Federal, recentemente aposentando do IBAMA.

 

SOBRE O PROGRAMA

A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se autodefine como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.

 

ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO

O programa Protagonismo Regional em Debate é uma produção da equipe de comunicação da Plataforma Protagonismo Cidadão em parceria com os estúdios Telavip Digital e teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020.

Com duração de 60 minutos, as entrevistas e debates com especialistas e lideranças de setores diversos são pautadas na identidade e vocações econômicas da região.

As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro, consultores organizacionais e fundadores do Protagonismo Cidadão.

 

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO

O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas política, empresarial e estatal.

CANAIS DE TRANSMISSÃO

Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multiplataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram do Protagonismo Cidadão e do jornal Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial no público de 35 a 55 anos, disposto ao debate crítico quanto aos desafios da vida nas cidades.