22 de março de 2021
Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu um relatório onde definia os transtornos ansiosos e depressivos como o mal do século 21. Nunca se falou tanto sobre eles, quanto nesses últimos tempos, e especialmente com a chegada da pandemia de COVID-19. Especialistas afirmam que para prevenir os transtornos mentais no contexto atual, especialmente entre jovens e adolescentes, é preciso atenuar as adversidades, acionar sistemas sociais de suporte, identificar precocemente os sintomas e agir sobre eles, evitando quadros de agravamento.
DEPRESSÃO E ANSIEDADE NO BRASIL – Em 2019, segundo dados da OMS, aproximadamente 5,8% da população brasileira sofria de depressão. Enquanto, a taxa de ansiedade era ainda mais alarmante: 9,3%. Isso representa mais de 30 milhões de pessoas sofrendo com tais transtornos. Como se isso já não fosse preocupante, uma pesquisa recente da UERJ, feita para medir o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental, demonstrou que os casos depressivos mais que dobraram. Porém, referente a ansiedade, esses números são ainda mais críticos: 80% a mais do que os dados anteriores. Mas, será que depressão e ansiedade tem cura? Podem ter seus efeitos atenuados?
PONTO DE VISTA SISTÊMICO – É muito comum o questionamento se a depressão e ansiedade tem cura. Sob a ótica da medicina convencional a resposta é não. No entanto, com o tratamento adequado – medicação e abordagens terapêuticas – ambos são controlados e o paciente consegue voltar à sua normalidade, gradativamente. Porém, como toda doença crônica, merecem atenção permanente. Ao longo dos anos, diversas terapias e técnicas vêm se mostrando eficazes no tratamento desses distúrbios, obtendo resultados positivos no controle dos sintomas e na recuperação do indivíduo. A visão integral do doente e da doença, tem trazido caminhos surpreendentes de percepção da doença e da importância do doente e sua fidelidade a seu sistema familiar, como protagonistas da recuperação ou agravamento dos quadros. A Constelação Familiar e sua abordagem sistêmica-fenomenológica, tem se destacado como uma “tecnologia alternativa” eficaz, como caminho terapêutico que têm conseguido acessar a força dos indivíduos, potencializando sua recuperação. Especialistas nesta técnica afirmam que a pessoa doente consegue reconhecer e utilizar seus recursos internos, na medida que se libera de suas fidelidades invisíveis ao seu sistema familiar, fidelidades essas, que são denunciadas através dos quadros de doenças físicas ou emocionais. Através do movimento de liberação, a saúde pode ser recuperada.
TERAPIA INOVADORA? Essa abordagem terapêutica breve, criada por Bert Hellinger, nos ajuda a compreender o mecanismo por trás do adoecimento. Dessa maneira, é possível agir não apenas no sintoma, mas sim na causa de toda a dor, trazendo resultados sólidos, eficientes e duradouros. Veja o que o autor tem a dizer sobre o tema: “A doença é o sinal de que existe algo que aguarda para ser colocado em ordem. É sempre o amor que coloca algo em ordem. Principalmente o amor a um excluído que não tem lugar. Esse amor quer sempre mais. Também a doença quer sempre mais. O movimento em direção a mais é um movimento em direção à saúde. ” Bert Hellinger, no livro “A Cura”.
Neste sentido, qual seria o papel da Constelação Familiar na prevenção ou até mesmo no tratamento de transtornos como depressão e ansiedade? Quais são seus fundamentos e bases científicas? É possível olhar para a crise de diferentes ângulos, buscando algo positivo? Como lidar no ambiente familiar? É possível aprender com as adversidades, em um ambiente que casais, pais e filhos precisam estar relativamente saudáveis? Qual será o papel dos especialistas no auxílio às famílias hoje atingidas pelo mal do século?
Para refletir sobre esse tema, sobre Depressão E Ansiedade, Como as Constelações Familiares Podem Ajudar, o Protagonismo Regional em Debate do dia 22 de março, em seu painel INOVAÇÃO recebeu Christiane Cunha Leanza Psicoterapeuta e Fisioterapeuta em Neurologia, Fabiana Marçal de Oliveira Psicóloga, Facilitadora Sistêmica e Fundadora da Escola Sistêmica do Brasil, com a apresentação de Lucia Helena Cordeiro.
“Eu acho que o COVID veio nos ensinar a confiar e aprender a olhar para a morte como algo natural. As pessoas tem um medo desesperado da morte, mas não sabem bem porquê”.
Fabiana Marçal de Oliveira
FAMILIA E PRECOCEITO – Para Christiane Cunha Leanza é importante que cada um faça a sua parte no sentido de adotar uma linguagem fácil, usando os diversos canais de comunicação disponíveis. Para a psicoterapeuta, mostrar para as pessoas que existem alternativas para enfrentar a dor emocional é fundamental para superar o preconceito religioso. “As mudanças só acontecem quando a gente quer. Vamos olhar com respeito para a sua própria vida. Muitas pessoas não vivem a própria vida, mas são vividas por ela” afirmou.
FUTURO – A Psicóloga Fabiana Marçal de Oliveira chamou a atenção para a oportunidade de aprendizado no atual momento. “Eu acho que o COVID veio nos ensinar a confiar e aprender a olhar para a morte como algo natural. As pessoas tem um medo desesperado da morte, mas não sabem bem porquê”. Afirmou
“As mudanças só acontecem quando a gente quer. Vamos olhar com respeito para a sua própria vida. Muitas pessoas não vivem a própria vida, mas são vividas por ela”
Christiane Cunha Leanza
Assista ao programa completo
O live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 20h.
Programa de 22 de março de 2021 – Painel INOVAÇÃO,
Tema – Em tempos de Depressão e Ansiedade, como as Constelações Familiares podem ajudar?
Apresentação, Lucia Helena Cordeiro
SOBRE OS CONVIDADOS
CHRISTIANE CUNHA LEANZA – Fisioterapeuta em Neurologia – Psicoterapeuta. Pós-Graduada e Consteladora Familiar Hellinger Pós-Graduada em Administração Estratégica Master Trainer em PNL – Programação Neurolinguísitica Hipnoterapeuta Ericksoniana
FABIANA MARÇAL DE OLIVEIRA – Psicóloga, Facilitadora Sistêmica com Certificações Internacionais. Especialista em Pedagogia Sistêmica na área Corporativa e da Educação. Fundadora da Escola Sistêmica do Brasil.