DISTRITOS DE INOVAÇÃO | Quais casos de sucesso podem interessar?

13 de setembro de 2021

Como territórios organizados em torno de um mesmo propósito, os distritos de inovação integram empresas públicas e privadas e instituições de diversos setores
que desenvolvem atividades relacionadas à tecnologia, criatividade e empreendedorismo. Apesar das diferenças em infraestrutura, dinâmicas e desafios relacionados às realidades locais, esses distritos têm em comum a criação de um círculo virtuoso nas cidades e regiões onde estão localizados.

NOVOS TALENTOS E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – Em entrevista concedida ao portal “Somos Cidades”, Jorge Pacheco, especialista no assunto, resumiu conceitualmente, um distrito de inovação como uma região caracterizada pela existência de um ecossistema gerado de forma orgânica ou a partir de um planejamento estratégico. “Entendo por distrito de inovação a concentração de iniciativas relacionadas à tecnologia, criatividade e empreendedorismo organizadas em conjunto pela iniciativa privada, governos, empreendedores, artistas, e outros”, afirmou Jorge.

Para ele, os maiores benefícios são a geração de emprego e renda, atração e formação de talentos e o desenvolvimento econômico local. “Esses ambientes concentram um grande potencial de geração de empregos e renda, atração de investimentos e desenvolvimento urbano. Entre os maiores desafios, está o alinhamento das esferas público, privado e social para definir sua vocação e organizar as demandas e ofertas locais”, reforçou. Para o consultor dinamarquês e também especialista em distritos de inovação Jesper Rhode, trata-se uma área geográfica onde se encontram as condições para fazer inovação, como resume Jesper.

Eles nem sempre surgem a partir de um planejamento, em uma localidade específica da cidade, mas há muitos casos de terem sido implementadas em regiões que necessitavam de algum tipo de revitalização, contribuindo para a promoção de transformações urbanas significativas. Os motivos são variados, como a existência de estímulos do governo para a atração de investimentos e revitalização daquele local específico, e os baixos custos dos imóveis, o que demandaria um menor investimento inicial para as empresas ali instaladas. A transformação urbana, muitas vezes, pode ser uma consequência, como um fator indireto para o crescimento dessas áreas.

Para Rhode, os principais benefícios estão ligados ao crescimento econômico. “O distrito de inovação traz mais postos de trabalho, traz uma renda per capita maior, condições sociais e qualidade de vida melhores para as pessoas e maior eficiência dos gastos dos recursos”.  A cidade é a principal beneficiada. “É um ciclo virtuoso, porque a cidade se torna mais interessante, atrai mais gente e acaba crescendo mais ainda”, explica. O princípio de todo esse processo, enfatiza, é o talento. “São as pessoas, que vão se juntando e começando a fazer esse segmento, as empresas, a inovação, acontecer naquela região”, reforça.

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EXEMPLOS INTERNACIONAIS – Quando o assunto é distrito de inovação, o Vale do Silício, que abrange 28 cidades da Califórnia, Estados Unidos, costuma ser a principal referência. Contudo, para Jesper Rhode, um distrito é uma área geográfica menor do que uma cidade que oferece as condições necessárias para que seja feita inovação. “O Vale do Silício, eu diria, é demais para ser considerado um distrito.

Ele cita, como boas referências, o novo bairro que surgiu em Londres conhecido como Silicon Roundabout (rotatória) em alusão ao Vale do Silício, e áreas e bairros em Berlim, na Alemanha, em Paris, na França, e em Austin e Boston, nos Estados Unidos. “Existem dois no exterior, dos quais participei, que acho muito interessantes. Um está em uma região entre a Suécia e a Dinamarca. Os dois governos fortaleceram a região quando surgiram as primeiras empresas de biotecnologia. E o outro é o de Odense, terceira maior cidade da Dinamarca”, diz Jesper.

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INICIATIVAS BRASILEIRAS BEM-SUCEDIDAS – O Porto Digital, em Recife (PE), um dos principais parques tecnológicos e ambientes de inovação do Brasil, é citado como referência nacional por Jesper Rhode e também por Jorge Pacheco. “Em seus mais de 20 anos de história, representa diversos elementos de um distrito de inovação bem-sucedido: revitalizou uma área degradada da cidade, atraiu empresas e investimentos, gerou milhares empregos, elevou a renda local e estimulou o nascimento de muitos empreendedores”, revela Jorge.

Trata-se de um parque urbano criado no ano 2000 a partir de uma ação coordenada entre governo, academia e empresas, instalado no Centro Histórico do bairro do Recife, conhecido como Recife Antigo, e em mais três bairros da cidade, totalizando uma área de 171 hectares. A região vem sendo requalificada desde a fundação do parque, no ano 2000, e mais de 138 mil metros quadrados de imóveis históricos já foram restaurados. Outro exemplo nacional citado por Jesper é o Parque Tecnológico São José dos Campos, em São Paulo, criado pela prefeitura da cidade e pelo Governo do Estado, Instituído em 2006, teve suas operações iniciadas três anos depois. Em um mesmo local, com infraestrutura de 188 mil metros quadrados, abriga em torno de 300 empresas, entre residentes, startups, escritórios de negócios, instituições de ensino e pesquisa, entidades da sociedade civil e o cluster aeroespacial brasileiro.

Nesse sentido, quais os principais exemplos no Brasil e no mundo afora que serviram de Benchmark para a baixada santista? Como implementar um distrito de inovação e quais são os desafios a serem enfrentados?

Para refletir sobre estas questões, o painel INOVAÇÃO do Protagonismo Regional em, Debate promoveu no programa do dia 13 de setembro,  o debate: DISTRITOS DE INOVAÇÃO – Quais casos de sucesso podem interessar? Que teve como convidados:

Luís Fernando Pessoa | CEO do DIS Distrito de Inovação e Sustentabilidade

Andre Ursini | Empresário, CEO Complexo logístico ANDARAGUÁ

André Falchi Bueno | Diretor do Escritório de Inovação da Secretaria de Turismo de Santos

Thomaz Neto | Empresário e Fundador da Egrégora Ecosystem Builder

SOBRE OS CONVIDADOS

LUÍS FERNANDO PESSOA – Administrador, 30 anos de mercado financeiro, ocupando cargo de C-level em importantes instituições globais. Em 2009 como gestor da CVM fundou a Local Invest gestora de Fundos de Participação. 2014 foi CEO da ERGOS Energia Renovável, 2017 Subsecretário de Petrópolis, assessor do Conselho Executivo do Serratec-Polo tecnologia, Coordenador de captação de recursos para inovação no RJ. Entre 2019/21 foi diretor de Inovação e novos negócios na Rede Petro Rio. Hoje é CEO do Distrito de Inovação e Sustentabilidade, HUB Virtual para promover a inovação e venture capital alinhado as boas práticas do ESG

ANDRÉ URSINI – Administrador de empresas, CEO DO COMPLEXO EMPRESARIAL E AEROPORTUÁRIO ANDARAGUÁ S/A. Diretor de Expansão ICIPAR – Empreendimentos e Participações S/A. Diretor Superintendente da Forbes Desenvolvimento Urbano Ltda. Diretor Superintendente Payneiras Empreendimentos e Participações S/A. e da WordCom Publicidade Ltda

ANDRÉ FALCHI BUENO Diretor do Escritório de Inovação Econômica, da Secretaria de Turismo, Empreendedorismo e Economia Criativa, da Prefeitura Municipal deSantos. Professor de História, Gestor de Projetos e Gestor Público

JOSÉ THOMAZ NETO – Empresário Fundador CEO, da Egregora Ecosystem Builder, diretor adjunto do Ciesp, foi co-fundador, e EX ceo do Agile Bank, além de Fundador do Santos Inovation Hub

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