DESENVOLVIMENTO ECONOMICO | Cenários e Incertezas para 2022

17 de janeiro de 2022

 

O início de um ano, geralmente, é marcado por projeções e incertezas. Mas o que é possível afirmar é que 2022 será um ano decisivo para a Baixada Santista em vários aspectos, principalmente no setor portuário. Há o plano de desestatização da administração do Porto de Santos, eleições presidenciais, que podem mudar os rumos do projeto, e ainda a expectativa para o fim de gargalos logísticos que nasceram no início da pandemia de covid-19, há quase dois anos. Para alguns analistas consultados, o otimismo prevalece, principalmente com a possibilidade de aumento na movimentação de cargas no cais santista.

Na contra mão desse otimismo estão os analistas dos setores bancário e financeiro, preocupados com o descompasso entre oferta e demanda na saída da crise da pandemia de covid-19 ao redor do mundo. Para o setor, esta desordem explica grande parte dos desequilíbrios macroeconômicos observados hoje – em especial a inflação global, com importantes reflexos para 2022. A desaceleração ocasionada pela paralisação da atividade econômica, principalmente na segunda onda da crise sanitária, quebrou a capacidade de resposta de várias cadeias de suprimentos. Assim, é notável que a oferta global não estava preparada para acompanhar o reaquecimento da demanda.

Na final de setembro de 2021, diversas instituições financeiras e casas de análise do cenário econômico reduziram suas expectativas para o crescimento do PIB brasileiro em 2022 de 1,5% para 0,5%. O cenário de pessimismo alimentou a desconfiança com aumento do desemprego, com a taxa de desocupação subindo de 12,1% ao fim de 2021, para 12,5% em dezembro de 2022. Não há dúvida de que os dois últimos nos colocam em 2022 diante de um cenário de medo e muitas incertezas. Agências de classificação de risco passaram a prever PIB menor, inflação mais alta e juros também mais elevados no cenário de 2022.

Neste sentido, é preciso destacar alguns fatores importantes para as análises, projeções e expectativas para o desempenho da economia neste ano que se inicia

INFLAÇÃO MAIOR E JUROS EM ALTA – O principal fator citado pelos analistas para a revisão nas expectativas para o PIB em 2022 é o fato de que a inflação no próximo ano deve ficar acima do que era esperado antes. Com isso, o Banco Central vai ter de subir mais os juros, o que tem efeito negativo sobre o consumo das famílias e o investimento das empresas.

 

MENOR CRESCIMENTO DA RENDA – O crescimento modesto esperado para a massa de renda — que é a soma de todos os rendimentos das população tem colaborado para o pessimismo atual. “Reduzimos nossa projeção de crescimento do PIB no próximo ano, de 1,7% para 1,3%”, divulgou a equipe da XP Investimentos. Segundo os economistas da casa, além dos efeitos mais contracionistas da política monetária (isto é, a alta dos juros) o cenário incorpora “crescimento modesto da massa de renda ampliada disponível às famílias”.

 

ESGOTAMENTO DO EFEITO DA RETOMADA DOS SERVIÇOS – Um terceiro fator citado pelos economistas é que o impulso gerado pela reabertura da economia em 2021 — particularmente no setor de serviços —, após período de maior distanciamento social provocado pela pandemia, deve perder força em 2022.

“A atividade econômica não se beneficiará mais do impulso advindo da reabertura do setor de serviços, algo que, na nossa visão, ficará restrito ao segundo semestre de 2021”, divulgou o Itaú

DESACELERAÇÃO GLOBAL – Um quarto fator citado pelos analistas é a expectativa de perda de ímpeto da economia global, o que impacta a demanda e o preço das commodities exportadas pelo Brasil. O crescimento orquestrado das economias do último ano foi impulsionado pela reabertura das cidades, avanço da vacinação e manutenção dos estímulos monetários por boa parte dos Bancos Centrais das economias maduras. Neste ano tais fatores se dissipam.

 

PIORA DA CRISE HÍDRICA E POSSÍVEL RACIONAMENTO DE ENERGIA – Na piora das expectativas dos economistas, também está na conta o agravamento da crise hidro energética e o crescente risco de racionamento em 2022. “Como se não bastasse o risco fiscal, a crise hídrica segue pressionando custos de produção, aumentando a inflação e reduzindo as perspectivas de crescimento econômico”, escreve a equipe da XP. A consultoria de investimentos revisou sua projeção de PIB para 2022 de 1,7% para 1,3%, mas avalia que o baixo nível dos reservatórios é o principal fator de risco para essa estimativa.

 

ELEIÇÕES CONTURBADAS – Por fim, pesa no pessimismo dos economistas para o próximo ano a certeza de eleições polarizadas e bastante conturbadas. “O apaziguamento das turbulências políticas deveria interessar sobretudo ao atual governo. Afinal a sua reeleição depende fundamentalmente da melhora da economia”, observaram os economistas da MCM Consultores.

“Se a crise político-institucional continuar a escalar, a recuperação econômica perderá fôlego. O ambiente agitado também atrapalha as costuras para a solução de problemas político fiscais.

 

DESAFIOS E OPORTUNIDADES – Em meio ao cenário de tamanho pessimismo, qual o impacto destas análises no ambiente externo de negócios? Quais poderiam ser as consequências no âmbito da economia nacional e regional? Tais análises estão mais para consequência ou causas da crise que se anuncia? Qual seria o nível de vulnerabilidade do Brasil diante das instabilidades internacionais causadas pela pandemia? Como a sociedade brasileira poderá reagir em 2022 para assumir o protagonismo de um ano melhor?

 

Para refletir sobre esse tema, o Protagonismo Regional em Debate realizado em parceria com o Diário do Litoral tratou no programa especial de 17 de janeiro de 2022 do tema: DESENVOLVIMENTO ECONOMICO|Cenários e Incertezas para 2022, onde recebeu como convidados: Rodolfo Amaral | jornalista e consultor financeiro; Luiz Carlos Barnabé de Almeida| Economista e Prof. Universitário; Paulo Vieira | Comunicador e Analista Político;

Confira o programa completo

 

SOBRE OS CONVIDADOS

RODOLFO AMARAL | Jornalista, consultor financeiro, já foi secretário de finanças das cidades de Santos, Guarulhos e São Vicente. É sócio diretor da R Amaral Associados e da Data Center Brasil

 

LUIZ CARLOS BARNABÉ DE ALMEIDA | Mestre em Administração. Economista. Jornalista. Pesquisador. Professor Universitário. Autor do Livro: “Introdução ao Direito Econômico” e co-autor em muitos outros no Brasil e no Exterior. Exerceu papéis relevantes no país. Atualmente, Vice-Presidente da Ordem dos Economistas do Brasil. Diretor do Comitê Economia 4.0 e Superintendente da Dig&Tal Inteligência Artificial;

ALEX SAKAI | Jornalista, consultor e assessor de comunicação da Associação Comercial de Porto Velho RO

PAULO VIEIRA | Radialista e Produtor, possui formação nas áreas do Direito e Administração. Comunicador e Ativista Político.

 

SOBRE O PROGRAMA

A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se auto define como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.

 

ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO

O programa Protagonismo Regional em Debate, produzido pela equipe de comunicação do Movimento Protagonismo Cidadão, teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020 e conta com a participação de especialistas e lideranças de setores diversos. Com duração de 60 minutos, as              entrevistas e debates são pautados na identidade e vocações econômicas da região. As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro.

PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO

 

O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de       suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade      sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas: política, empresarial e estatal.

 

CANAIS DE TRANSMISSÃO

 

Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multi-plataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram Protagonismo Cidadão e Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial em jovens de 25 a 35 anos, que ainda estão formando consciência crítica quanto aos desafios da vida nas cidades.

 

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