12 de setembro de 2022
O Brasil tem vivido nos últimos anos uma nova onda de patriotismo, com manifestações de rua que buscam exaltar os valores pátrios e o resgate de seus símbolos nacionais. A emergência deste resgate atingiu seu ápice nas manifestações de 7 de setembro deste ano, quando milhões de pessoas se reuniram mais uma vez em prol do respeito aos valores democráticos de liberdade e soberania nacional. Ainda que parte majoritária dos veículos de comunicação tentem distorcer tais fenômenos, relacionando-os a manobras eleitoreiras, populistas e/ou autoritárias, é inegável que manifestações desta magnitude não estariam ocorrendo sem que um fenômeno maior, ainda oculto, estivesse na causa desta onda.
CONTRACULTURA – Alguns autores definem Contracultura como um movimento de questionamento e negação da cultura vigente, com propósito de quebrar tabus e contrariar normas e padrões culturais que dominam uma determinada sociedade. Na sociologia, a contracultura refere-se a um movimento libertário de contestação que surgiu na década de 60 nos Estados Unidos, que representou um movimento de rebeldia e insatisfação rompendo com diversos padrões, ao contestar de forma radical comportamentos da cultura dominante. Nos Estados Unidos, foi um movimento que começou a se manifestar ainda na década de 50, mas atingiu seu ápice em 1960, em decorerencia da Guerra Fria, que nesse mesmo período alcançava o auge.
IDENTIDARISMO E LIBERDADE DE EXPRESSÃO – Em sua obra “O mundo que não pensa”, o jornalista e escritor norte americano Franklin Foer descreve a forma como a ideologia hipie de Stewart Brand (criador do Whole Earth Catalog – inspirador do Google) influenciou as Big Techs do Vale do Silício, na pretensão de se tornarem as “Guardiãs dos Direitos das Minorias”. Foer descreve com muita clareza, o poder de uma ideologia, sua influência na cultura e na estabilidade política e econômica de uma nação. Em tal descrição podemos compreender o processo lento, silencioso e ao mesmo tempo consistente de destruição cultural de uma nação. O verniz de proteção das minorias evoluiu, primeiro no cinema e depois, nos currículos escolares para a fragmentação social por meio do identitariíssimo e do politicamente correto. Ignorando que o processo civilizatório ocorre em passos lentos, transmitindo conhecimento acumulado de geração para geração, aos poucos passamos a normalizar o ataque às nossas tradições culturais e religiosas. De maneira indiscriminada, obras literárias, ritos religiosos, autores, quadros de humor e até expressões passaram a ser patrulhadas, como se tudo fosse ofensivo as “minorias”.
SOBERANIA NACIONAL E ESTABILIDADE POLÍTICA – O princípio constitucional de liberdade de expressão, como direito fundamental, tutelado pela CF de 88, em seu artigo 5º, inciso IV, da livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato, o Direito à informação e de comunicação, foram recentemente cassados em nome da preservação da “ciência”, da “verdade” da “democracia” e do “politicamente correto”.
Entre o dilema de prevenir a disseminação de informação falsa e manipuladora, e garantir o direito fundamental da livre expressão e do contraditório em busca permanente destes valores é fundamental questionar: Quem estaria acima de qualquer suspeita para defini-los? A quem caberia decidir sobre o que é notícia falsa ou “crime de opinião”? Verdade e ciência? De qual democracia estamos falando?
Analistas consultados entendem que a indignação com decisões recentes de alguns ministros do STF e outras cortes superiores, em ataques flagrantes a várias liberdades e garantias individuais tem agravado a crise de confiança da população nas instituições.
A indignação com o Congresso muitas vezes mais empenhado em proteger a si mesmo do que em exercer suas prerrogativas constitucionais, lança luz sobre a necessidade de atenção as propostas de solucionar a atual crise a força, como a invasão dos prédios do Legislativo e do Judiciário. Ao mesmo tempo, a mídia tradicional, tem reforçado acusações vagas e retóricas sobre o chamado “crime de Fake News”, que, se quer está tipificado no código penal brasileiro.
Neste sentido é necessário voltarmos a questionar: O modelo de proteção das minorias tem cumprido seu papel humanitário? Sua evolução para produção artística e depois, nos currículos escolares tem colaborado para a fragmentação social? As manifestações de 7 setembro estão no ataque ou na defesa da própria democracia? O Brasil vive um ativismo judicial com censura seletiva dos meios de comunicação? Quais fatos comprovam esta afirmação? Quais os danos para a democracia na atuação do chamado ativismo judiciário e jornalístico? O que esperar dos movimentos de rua realizados até aqui e seus desdobramentos? Qual a agenda do congresso nacional diante de tudo isso? Qual seria o papel do congresso para a saída desta crise sem o uso de medidas extremas? O futuro da democracia vigente no país está ameaçado? Para refletir sobre esse tema, o painel o painel INOVAÇÃO do Protagonismo Regional em Debate promove no programa do próximo dia 12 de setembro, a partir das 20h, o debate: CULTURA E CONTRACULTURA| Reflexos nos dias atuais, que terá como convidados: Arthur Pinheiro Machado | Empresário e Ativista Social; Paulo Gonzalez Monteiro | Presidente do Centro Espanhol de Santos e Paulo Vieira |Comunicador e Radialista.
Assista ao programa completo
SOBRE OS CONVIDADOS
ARTHUR MACHADO| Engenheiro mecânico, mestrando em teologia e empresário na área de educação, tecnologia e finanças. Com experiência de mais de 25 anos no setor financeiro foi sócio da corretora Ágora, sendo o responsável pelas áreas de negociação eletrônica de alta frequência e o departamento de middle office. Fundador e membro do conselho da Educar Holding, empresa do setor de educação, e da Associação Semeadora, entre outras instituições educacionais. Com mais de 18 anos de atuação na área, tendo profundo entendimento do setor educacional brasileiro – especialmente no modelo educacional de baixo custo –, suas empresas atenderam mais de 12.000 alunos anualmente. Ainda na esfera educacional, é membro do Founders Circle da Columbia University, contribuindo para o seu estabelecimento no Brasil.
PAULO GONZALEZ MONTEIRO| Engenheiro, pesquisador, atua na área de turismo desde 2005. Foi coordenador do Orquidário Municipal de Santos e atualmente é diretor do Museu Pelé. Ex-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos, membro-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, diretor do Centro Espanhol de Santos, fundador e vice-presidente da Associação Brasileira de Preservação da Memória dos Transportes – MemoTransp.
SOBRE O PROGRAMA
A Plataforma Protagonismo Cidadão, iniciativa não governamental e apartidária, é uma rede apoiada por empresas, comunidade acadêmica e terceiro setor, fundada com objetivo de apoiar a iniciativa cidadã como verdadeira protagonista do desenvolvimento da sociedade. Nossa plataforma se autodefine como uma visão, selo e canal de informação. Uma Plataforma de Conteúdo, um Clube de Negócios e um Canal de Comunicação.
ENTREVISTAS E DEBATES SOBRE A REGIÃO
O programa Protagonismo Regional em Debate, apresentado pelos consultores e fundadores da plataforma Sergio França Coelho e Lucia Helena Cordeiro é produzido pela equipe de comunicação da Plataforma Protagonismo Cidadão, e teve seu primeiro programa veiculado em 30 de maio de 2020. Conta com a participação de especialistas e lideranças de setores diversos. Com duração de 60 minutos, as entrevistas e debates são pautados na identidade e vocações econômicas da região. As transmissões são feitas ao vivo pelas plataformas digitais da internet (Lives), com apresentação e condução das entrevistas feitas por Sérgio França Coelho e Lúcia Helena Cordeiro.
PARTICIPAÇÃO CIDADÃ NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E ECONÔMICO
O objetivo central dos debates é colaborar com a retomada do protagonismo político e econômico da região no cenário nacional, através da melhor exploração de suas vocações, e na criação de uma cultura de participação mais proativa da sociedade sobre temas ainda hoje circunscritos às áreas: política, empresarial e estatal.
CANAIS DE TRANSMISSÃO
Para atingir estes propósitos, este projeto tem apostado em estratégias multiplataformas de redes sociais (canais do Youtube, Facebook e Instagram Protagonismo Cidadão e Diário do Litoral), utilizando linguagem atraente a diferentes públicos, mas com foco especial no público de 35 a 55 anos, disposto ao debate crítico quanto aos desafios da vida nas cidades.