Alguém um dia falou que “a vida é como andar de bicicleta, quando você para, perde o equilíbrio”. Não sei quem disse isto, mas este pensamento talvez justifique a quantidade de pessoas perdidas nos seus próprios abismos, numa escuridão sem fim, chamada depressão, tristeza, angustia, todos os sentimentos negativos que assolam e assombram a humanidade desde que o mundo é mundo.
Longe de mim tratar tais sentimentos e patologias como meros “falta de uma pia cheia de louça pra lavar” como muitos costumam dizer, mas acredito sim, que a inercia nos leva a profundezas inimagináveis, bem como o contrário nos leva a flutuar. Manter-se em movimento é fundamental para não desequilibrar-se e eu me mantenho pedalando, ligada no 220 para não cair.
Não, eu não sou nenhuma especialista em saúde mental e, se perguntarem-me qual o segredo de uma vida leve e tranquila, eu direi que não sei. Apenas vou vivendo, me movimentando, conhecendo o caminho, a cada passo aprendendo sobre a estrada, sobre as pessoas que encontro, aprendendo principalmente sobre mim e minha vontade infindável e contagiante de viver e ser feliz.
Talvez o segredo até seja a forma como eu decidi enxergar a vida. Eu sei que não vivemos em um mundo perfeito, muito pelo contrário, o mundo as vezes é bem cruel e eu pude ver tamanha crueldade muitas vezes, desde quando escolhi ser voluntaria, ou quando o voluntariado me escolheu. A verdade mesmo é que eu não sei quem escolheu quem, quando dei por mim já estava lá, exatamente aonde eu deveria estar e fazendo o que mais amo na vida: distribuindo amor, com o coração inundado de fé de que tudo dará certo na vida.
E se é verdade que tudo aquilo que damos, recebemos em dobro e que emanamos o que nosso coração é cheio, eu entendo a quantidade de graças que recebi desde o meu nascimento, onde já comecei sendo abençoada com uma família maravilhosa, repleta de amor, união, respeito, lealdade e paz. Recebi tantos sentimentos bons a vida inteira, que ao não caberem mais dentro de mim, transbordei.
Ver o sorriso das pessoas me faz sentir viva justamente porque eu sei como é bom sorrir, como é bom cantar, dançar, ouvir uma boa música, contar uma historia incrível, é bom demais celebrar a vida. E eu celebro sem moderação, com exageros e intensidade, pois é assim que a vida deve ser vivida mesmo, com intensidade, como um mergulho no infinito sem medo de encontrar o que me espera no fundo.
A VIDA É MARAVILHOSA, não por ser livre de problemas, mas é porque ela é cheia de soluções também. Tudo está dentro de nós e da nossa vontade incontrolável de fazer as coisas acontecerem, de dar o nosso melhor e encontrar o que há de melhor em cada um. A beleza está nos olhos de quem vê porque o que há de mais belo vem de dentro, vem da alma e da busca incessante por emoções que façam nosso coração saltar no peito. E o meu salta com toda força, gritando sobre o amor e espalhando eco por cada canto por onde passo afirmando o quão bom é fazer o bem sem olhar a quem.
No fim de tudo, o que quero deixar de mim é a diferença que fiz no mundo e na vida de cada pessoa que toquei, que abracei, que auxiliei, cada pessoa a quem deixei um pouco de mim e trouxe dela um pouco também. Quando o nome MARILIZA MARAVILHOSA for ouvido por todos os cantos como a mulher que espalhou amor e causou um transformação, então tudo terá valido a pena.
Como disse Jack Kerouac: “Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam”