PROTAGONISMO REGIONAL EM DEBATE – Não vejo coerência desde o início da Pandemia”

O jornalista e consultor econômico Rodolfo Amaral participou na última segunda feira (08/06) do programa Protagonismo Regional em Debate, que abordou a decisão do governo do Estado em manter a Baixada Santista na zona vermelha do processo de flexibilização do isolamento social, além de analisar diversos números e indicadores relacionados ao enfrentamento da pandemia.

Os prefeitos da região estão corretos ao se posicionarem contrários a classificação da região na zona vermelha (máxima de restrição) reivindicando para a classificação na zona Laranja (fase 2 de reabertura).

IMPACTOS DA FLEXIBILIZAÇÃO

Por que a Baixada Santista ficou de fora da segunda fase?

Para o médico e empresário José Carlos Clemente os prefeitos da região estão corretos ao se posicionarem contrários a classificação da região na zona vermelha (máxima de restrição) reivindicando para a classificação na zona Laranja (fase 2 de reabertura). Clemente não vê coerência na decisão do governo do Estado e argumentou que a cidade de Santos tem 48 dos casos de COVID19, sendo os outros 52% dos casos da cidades da região. “Seja qual for o setor de comercio a reabertura deve ser gradual e seguindo rigorosamente os protocolos de distanciamento, mas a região não pode ser penalizada” argumentou. Clemente mostrou grande preocupação com o aumento do desemprego, e alertou o fato de famílias estarem abandonando seus familiares doentes na Santa Casa, pelo fato de não estarem em condições de cuidar deste familiares, curados ou não.

“O papel da população é fundamental, mas é preciso fiscalizar bem também” disse.

Desde a criação do gabinete de crise para analisar os aspectos científicos da doença deveria ter sido no mesmo momento ter sido criado um órgãos semelhante para analisar a questões de natureza economia” afirmou.

O jornalista e consultor econômico Rodolfo Amaral foi mais enfático: “Não vejo coerência em nenhum dos atos do governador e também dois prefeitos, desde o início da Pandemia” disparou.

“Ficamos 75 dias aguardando o poder público se estruturar adequadamente para devolver a liberdade dos cidadãos de ir e vir a sociedade e o que a gente viu foi muito pouco avança nessa estrutura”.

Desde a criação do gabinete de crise para analisar os aspectos científicos da doença deveria ter sido no mesmo momento ter sido criado um órgãos semelhante para analisar a questões de natureza economia” afirmou.

Amaral argumentou também que chegou a publicar em seu perfil do Facebook uma proposta de modelo matemático para que fosse utilizado a razão de 30% da mão de obra, se revezando tanto do ponto de vista da produção, como do consumo, e concluiu argumentando que estão tentando fazer isso agora, mas equivocadamente achatando os horários de funcionamento, com a diferença que se tivesse sido adotado no início teria preservado empregos.

O empresário Wladimir Mattos apontou para a fragilidade estrutural do sistema público exposto durante a atual crise, e questionou a ausência de pronunciamento do governo local quanto ao funcionamento das escolas e creches neste período de reabertura. “Como ficarão as mães que retornam aos seus trabalhos? Poderão deixar seus filhos na escolas e creches? Questionou Mattos.

Assista ao programa completo

Contextualização

O jornalista e consultor econômico Rodolfo Amaral publicou em suas redes sociais durante a semana que o Governo de SP, destinou para a saúde pública do Estado, entre janeiro e maio de 2020, 10,2 bilhões, destacando na publicação, que deste total, 202,7 milhões foram destinados a região.

Ou seja, menos da metade dos 414,7 milhões devidos a região, consideradas a representatividade da baixada santista em termos de população e sua produção na economia estadual.

Além de Amaral, outras lideranças da região também criticaram a decisão do governador considerando que o motivo da manutenção da região na zona de restrição máxima tenha sido as condições inadequadas da infraestrutura da saúde para combater a pandemia.

Em sua crítica, Amaral lembrou que os recursos não repassados em apenas cinco meses permitiriam a abertura de dois hospitais do porte do Hospital dos Estivadores.

Em relação a administração local, o jornalista se manifestou em outro post, citando um artigo publicado no Jornal A Tribuna em 31 de maio, de autoria do prefeito de Santos.

Amaral aponta a contradição do artigo que alegou uma queda de 30% na arrecadação municipal em razão da pandemia, enquanto a publicação das contas públicas mostram um crescimento, em termos reais (acima da inflação) em 0,22%, na comparação com 2019 do primeiro quadrimestre de 2020 e a Receita Corrente Líquida (RCL) de Santos, entre janeiro e abril de 2020.

Por fim, Amaral pontuou também, que “Se considerarmos apenas os meses de março e abril (período da pandemia), e evolução sobe para 1,5%, também na comparação com 2019”, e afirma que “pontualmente, um ou outro tributo exibiu ligeira queda” escreveu.

Convidados;

Rodolfo Amaral – Jornalista, consultor econômico, foi secretário Municipal de finanças de Santos e Guarulhos, Sócio e diretor das Consultorias R Amaral e Data Center Brasil

José Carlos Clemente – Médico, professor da Faculdade de Medicina da UNIMES e Diretor da Clínica Multi Imagm de Santos

Wladimir Mattos – Empresário do setor Portuário, também é licenciado em história, apoiador do esporte na região é um dos fundadores e em Embaixador do Movimento Protagonismo Cidadão.

Apresentação

Sergio França Coelho – Diretor do Instituto IPECS de Gestão Pública e Defesa Social, fundador e coordenador Geral do Movimento Protagonismo Cidadão