Não é preciso “desenhar”, para convencer as pessoas sobre a gravidade da situação atual.
É verdade que muitos de nós só tiveram a exata dimensão do risco, quando a Itália foi afligida de forma dramática pelo Coronavírus. Outros, somente após a decretação de pandemia, pela OMS.
Não se pode afirmar, com certeza, se as providências adotadas por países do Hemisfério Sul foram tardias, pois a situação que vivemos não tem paralelo na história recente. Nem se pode afirmar que a disseminação do vírus seja resultado da globalização, pois várias outras pandemias, com muito mais mortes, foram registradas desde a Antiguidade, difundidas por caravanas de mercadores, peregrinos e navegantes. A diferença, em tese, é que hoje dispomos de algo que a imensa maioria de nossos antepassados não tinha: informação!
Assim, não se pode alegar ignorância sobre a gravidade do momento, tantos são os alertas e explicações que recebemos todos os dias, por várias mídias e em vários idiomas.
As responsabilidades são muitas e inalienáveis: aos governos cabe tomar providências para conscientizar a população e evitar a propagação do vírus e assegurar condições para que o sistema de saúde esteja preparado para atender a demanda, da melhor maneira possível; aos cientistas, cabe a busca com meios de imunização e tratamento; e aos cidadãos, cabe cumprir as orientações e restrições oficiais, bem como evitar a propagação de “vírus” tão letais quanto o COVID-19: as falsas notícias, o alarmismo e o pânico.
Especialistas alertam que ainda estamos numa situação de aprendizagem em relação ao COVID-19, no Hemisfério Sul; que o pior ainda está por vir; que a quarentena é essencial; que idosos devem ter cuidados ainda maiores.
Trata-se de uma realidade difícil de acreditar, inédita para quase todo o mundo. Por isso, alguns têm dificuldade em aceitar imposições que, longe de serem autoritárias, são imprescindíveis, e seguem protocolos internacionais.
Mas o que é incompreensível e inaceitável nesse ambiente onde a solidariedade e a conscientização pontuam, é a atitude de algumas pessoas e grupos, que demonstram inconsequência, oportunismo ou total alienação.
É um absurdo pessoas comprando álcool gel para revender, por preços abusivos. É ridículo ver políticos tentando tirar proveito da situação, por interesses que, na situação atual, são irrelevantes, mesquinhos, beirando ao ridículo, à falta de sensibilidade. É abjeto ver mistificadores abusando da fragilidade emocional de pessoas humildes.
Incompreensível e inaceitável nesse ambiente onde a solidariedade e a conscientização pontuam, a atitude de algumas pessoas e grupos, que demonstram inconsequência, oportunismo ou total alienação.
Não é momento de buscar culpados, de disputas político-partidárias ou ideológicas, ou de revelar o lado mais baixo do caráter de alguns.
É hora de comunhão de pensamentos e de ações práticas para superar a maior crise mundial recente! É hora de deixar de lado diferenças de qualquer tipo, por conta de um mal que não distingue seres humanos!
Com certeza, teremos impactos econômicos e sociais significativos, sem falar nos psicológicos. Será difícil trilhar esse caminho de incertezas, mesmo com o máximo de consciência e bom senso. É um momento de aprendizagem, também, para a humanidade.
Em tempos de crise, colocar outras “pedras” nesse caminho é o que menos precisamos!
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