Pelo calendário oficial faltam menos de seis meses (talvez sete ou oito por conta do corona vírus) para os 148.073.658 de eleitores aptos a votar elegerem os prefeitos e vereadores dos 5.570 municípios brasileiros.
Na região Sudeste, maior colégio eleitoral do País, são 64.395.690 eleitores (43,48%) e no Estado de São Paulo, 33.453.272, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na Região Metropolitana da Baixada Santista somos 1.368.205 eleitores ou 4,09% do Estado. As nove cidades arrecadam juntas, aproximadamente, R$ 8,5 bilhões de reais, quantia que recairá nas mãos dos eleitos. E será que estamos preparados para esta missão?
A maior parte desses recursos já está comprometida com o custeio da máquina e os prefeitos têm cerca de 5% para investimentos. Então, um prefeito que administra a cidade e não apenas o orçamento faz a diferença positivamente.
Da mesma forma, um Poder Legislativo independente, preparado com conhecimento técnico e longe da política serviçal também.
A legislação em vigor encurtou o tempo das campanhas políticas, que já era pouco, e justamente por isso nossa atenção precisa ser redobrada, desde já.
Quando se compra algo na internet, geralmente se faz uma boa pesquisa entre amigos, preço, qualidade, garantia e prazo.
Quando se escolhe o síndico do condomínio ou líder de alguma entidade de classe ou de servir, procura-se saber sobre a história de vida do cidadão, conduta, coerência, experiência, entre outros atributos.
Se for o caso de uma escola particular para o filho, então, a pesquisa torna-se ainda mais detalhada porque é o futuro do seu filho. Mas lembre-se que em outubro será o futuro de sua cidade, onde seu filho viverá.
E por que na política é diferente? Muitos dirão que não gostam de política, mas a fazem diuturnamente, seja nas regras de organização do lar, seja com o chefe no próximo período de férias, por exemplo.
Certa vez, um amigo disse que o dinheiro público é de quem pegar primeiro. Discordo. Assim será se o eleitor não fizer sua parte com responsabilidade. O dinheiro público é de todos nós, daí o despertar de votar com consciência. E se ainda assim achar que errou, basta trocar.
É tempo de refletir também se o voto é por convicção ou conveniência, para manter o cargo, o favor ou a posição privilegiada.
É tempo de amadurecer e se perguntar quanto tempo você se dedica para conhecer seus candidatos, quais competências gostaria que ele tivesse e quais deles estão mais próximos a isso.
Outros dirão que não há tempo para isso devido à correria da vida. Mas esse cotidiano não parece ser tão corrido assim quando sobra tempo para ficar nas redes sociais. Afinal, quanto vale o seu voto?
É tempo de refletir também se o voto é por convicção ou conveniência, para manter o cargo, o favor ou a posição privilegiada.
A reflexão é deveras importante para quem pretende disputar o pleito: se tem capacidade técnica e intelectual para tal; se conseguiria exercer outra profissão ganhando o mesmo valor e prestígio do cargo almejado; se tem agido com coerência na sua trajetória de vida, são apenas sugestões para começar.
A nossa responsabilidade, de eleitos e eleitores, também não encerra em outubro. Ela permanece a cada dia exigindo nossos direitos e cumprindo nossos deveres.
(*) Verônica Mendrona é jornalista, pós-graduada em Gestão Pública e sócia da Data Center Brasil.