PROTAGONISMO CIDADÃO. O Governo é Você? | Abraham Weintraub

14 de fevereiro

 

Para alguns analistas, o ano de 2022 poderá ser apontado no futuro, como um ano decisivo, e até mesmo histórico para os destinos do Brasil, e, devido a sua importância no hemisfério sul, para a própria geopolítica internacional.

Será a primeira eleição nacional pós pandemia a se relacionar com seus efeitos colaterais políticos e econômicos. Talvez em nenhum outro momento de nosso história, termos como Liberdade de expressão, Guerra Cultural/tecnológica e globalismo tenham sido tão discutidos pelo cidadão comun como nos últimos dois anos. Os efeitos colaterais da pandemia lançaram luz sobre uma temática cada vez mais presente na vida das pessoas, que é a interferência do governo em suas vidas. Estamos vivendo um absolutismo estatal?

 

PROTAGONISMO CIDADÃO – No final de 2015, às portas das eleições municipais, um grupo de amigos formado por professores, jornalistas e empreendedores participaram da construção de uma plataforma de mandato para um dos candidatos a prefeito. As eleições acabaram, o candidato do gripo não foi eleito, e como a maioria dos políticos fazem, abandonou as ideias da plataforma.

No entanto, ela (a ideia) permaneceu latente e parte do grupo continuou se reunindo esporadicamente.

Os encontros conservavam a convicção de que o modelo de gestão da coisa pública aspirado por aquele grupo, contemplaria, mais do que um conjunto de princípios e valores, mas também, a determinação de encontrar as melhores soluções de leva-los a realidade prática.

Os sucessivos escândalos envolvendo a classe política tornava esse desafio ainda maior, e um consenso se formou entre os objetivos do grupo: Seria preciso, antes de tudo, superar o desalento das pessoas em relação a classe política, raiz do desinteresse e da alienação da população frente os seus direitos e obrigações no conjunto da sociedade. Afinal, cidadania nada mais é que consciência de uma responsabilidade coletiva. No entanto, fruto de decisões individuais.

Em pleno século XXI, nossa humanidade convive entre dois grandes paradoxos. Um avanço cada vez mais acelerado dos meios tecnológicos de comunicação e produção industrial. Seja na produção de alimentos, bens de consumo, engenharia genética e transplante de órgãos. Ao mesmo tempo assiste a um assustador crescimento na produção de armas de destruição em massa, epidemias, doenças psíquicas, depressão, destruição da natureza, concentração de renda e fome.

Esse paradoxo nos cobra a cada ano, atitudes de cidadãos conscientes, inteligentes, críticos e mais proativos. Afinal, como usar nossas ideias, nossa criatividade e nossa voz a favor do uso consciente de tanta informação, recursos e tecnologias disponíveis?

Sim, nós temos a tecnologia. Nós temos os recursos para construir comunidades, cidades e países melhores, sem ferir princípios básicos de liberdades e valores individuais. Mas será que temos a liberdade para pensar e decidir sobre isso?

Nessa perspectiva, é possível afirmar que as sociedades de países democráticos precisam assumir seu protagonismo, utilizando toda a tecnologia disponível para aperfeiçoar o diálogo de cidadãos com seus governos, convertendo seus clamores em soluções urbanas.

É urgente encontrarmos um espaço de coexistência entre as diversas correntes ideológicas em prol do avanço da sociedade, e esse espaço só poderá ser construído pelo cidadão consciente desta necessidade. Só o protagonismo dos indivíduos poderá promover tais ideais. E devolver a cada cidadão, o direito que deveria ser comum e universal a todos. Contribuir com seus talentos individuais para o progresso de suas comunidades.

Diante deste cenário cabem alguns questionamentos: É possível limitar o avanço de estados absolutistas sobre nossas vidas? Por onde começar? O que fazer? Onde buscaremos a verdade e porque acreditar nela? Quais as razões que nos fazem acreditar que é possível promover o protagonismo do indivíduo sem transformá-lo em individualismo egocêntrico?

Para refletir sobre esse tema, o painel o painel INOVAÇÃO do Protagonismo Regional em Debate promoveu no programa de 14 de fevereiro, o segundo programa da série de debates: PROTAGONISMO CIDADÃO | O Governo é Você? que recebeu como convidado especial: Abraham Weintraub| Ex-Ministro da Educação e a colaboração de Carlos Paz – ATRF e Assessor do ex Min. Mangabeira Unger, na condução da entrevista.

Assista o programa completo

 

SOBRE OS CONVIDADOS

ABRAHAM WEINTRAUB| Economista e professor da Universidade Federal de São Paulo, ex-Diretor do Banco Mundial e Ex-Ministro da Educação;

 

CARLOS PAZ DE SOUZA CASTRO – Analista Tributário aposentado, atuou como Presidente do SINDIRECEITA SP atuou na proposta de reformulação da Medida Provisória 258/05 que criava a unificação da Previdência e a RFB; • Atuou também na organização de palestra e eventos, na FIESP referente ao Código de Defesa do Fisco Contribuinte, o qual contou com a presença de diversas autoridades; Foi assessor do ex Ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger