“INOVAÇÃO – NEGÓCIOS SOCIAIS COMO FATORES DE ACELERAÇÃO DA ECONOMIA CRIATIVA”

O que são Negócios Sociais? O que é Economia Criativa? Em que pontos são consoantes ou dissonantes? No que a Tecnologia poderá ser uma grande aliada?

Segundo o PhD. Muhammad Yunus, nascido em Bangladesh em 1940, ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 2006, pai do microcrédito, Negócios Sociais são organizações que tem como única missão, solucionar problemas sociais, serem autossustentáveis financeiramente, sem distribuir dividendos.

O sucesso de um Negócio Social não é medido pelo total de “lucro” gerado em um determinado período, mas sim pelo número de pessoas impactadas ou para o meio ambiente.

Resumindo: Negócios Sociais unem o dinamismo do Business tradicional com a consciência da filantropia, pois tem como propósito maior a maximização do impacto social e autossustentabilidade permanente.

A pandemia e suas consequências, no conceito mais amplo da palavra “Saúde” (saúde física, mental, emocional e econômica) escancarou as desigualdades sociais, não só no Brasil, mas no mundo.

Na Baixada Santista não foi diferente. Inúmeras organizações formais, geradoras de oportunidade de trabalho deixaram de existir, exponenciando o que o mundo já sinalizava para a década 2020-2030, o crescimento da Economia Criativa, onde o talento individual, aliado ao trabalho sinérgico da coletividade e a Tecnologia, será a grande mola propulsora da economia.

Ainda segundo a grande pesquisa conduzida pela FIRJAN – Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro, em conjunto com o SENAI, publicada recentemente, em 2019, como “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil”, a Economia Criativa no país, ou seja, o PIB Criativo, representou 2,61% do PIB Brasileiro, medida de toda riqueza gerada em território nacional, totalizando já em 2017, R$ 171,5 bilhões.

ECONOMIA CRIATIVA NA REGIÃO

O professor e economista Luiz Carlos Barnabé, abriu sua participação no Protagonismo Regional em Debate citando a obra de economia criativa do professor Luiz Alberto Machado, definindo este ramo da economia como “habilidade dos talentos individuais, que empregados de forma estratégica, tem potencial na geração de emprego e renda por meio de uma exploração da propriedade intelectual”, que também são conhecidos como indústria criativa e economia da cultura.

Morador da baixada Santista há 8 anos, Barnabé entende que tanto a economia em geral, coo a economia criativa passarão decisivamente pela região, pelas suas características históricas e culturais, que tiveram no porto um grande aliado. Barnabé lembrou o fato de que em Santos nasceram grandes nomes do teatro e televisão. Para o economista, a economia criativa tende a crescer muito em especial na região da Baixada Santista.

 “Toda a economia brasileira passou pelo porto de Santos, tenho certeza que a passagem do Brasil para o primeiro mundo passa pelo porto, em razão do comércio, e o futuro da economia passará por ele também, pois a economia de um modo geral e a economia criativa usarão Santos e região” afirmou.

NEGÓCIOS SOCIAIS. OPORTUNIDADE PARA EMPREENDER APÓS OS 40

Para Mauricio Turra, fundador da NEXTT49 +, estão ocorrendo dois movimentos significativos. Um deles ligados ao empreendedorismo de um modo geral, pois os dados mostram que houve uma perda significativa de empregos na faixas etárias acima dos 40 anos, com o dobro de demissões na comparação com 2019, o que abre uma janela oportunidades para o empreendedorismo de uma forma geral, já que a economia ainda não está no seu pleno aquecimento.

Para Turra, a dinâmica não será tão acentuada nos chamados negócios sociais, que tratam de problemas sociais, mas não necessariamente identificados por empresas. Turra entende que este ano continuará prevalecendo a filantropia praticado por empresas. Turra destacou um dado importante. Só para se ter uma ideia, o volume de doações em maio (2020) equiparou o volume de doações de 2019” destacou.

Na visão do Consultor Social especialista em diversidade e inclusão no trabalhoWalter Alves, na retomada deste momento, o mundo se move na transgeracionalidade, e discorda que alguns setores devam separar estas ações por faixa etária. Alves entende que as pessoas com mais de 50 anos tem uma importância brutal nesse processo, combinado com a importância dos jovens, na condição de nativos digitais.

A combinação destes fatores com a economia criativa explica a oportunidade no mercado dos chamados negócios sociais, que tratam da resolução destes problemas, já que estes profissionais trazem como vantagem a experiência profissional e conhecimento de mercado.

“Na medida que as organizações colocam as pessoas em casa trabalhando, elas dispensam as 50+” e faz um alerta contra a discriminação as pessoas com mais de 50 anos, classificadas como grupo de risco. Alves apresenta a diferenciação de grupo de risco para exposição ao risco.  

FUTURO

Barnabé disse não acreditar em PIB negativo no Brasil em 2020, e afirmou que a recuperação dos primeiros 6 meses ocorrerá em 3 meses. “Quem estiver esperando passar a Pandemia vai perder o trem de oportunidades.  “Nós estamos vivendo novos paradigmas na economia mundial e esta realidade deverá ser entendida” afirmou.

A nova teoria de holmer mostra que um pais subdesenvolvido pode dar um salto em tecnologia com 3 ou 4 startups. Como economista, Barnabé se diz incomodado com o uso do termo negócio social, já que a chamada sustentabilidade de qualquer negócio é amparada em 3 pilares, ambiental, social e econômico.

No campo da educação, Alves afirmou que não basta transplantar o aluno da sala de aula para um vídeo, e chamar isso de ensino a distância. Podemos avançar muito mais. Precisamos ficar atento a uma parcela que não tem acesso à tecnologia. Afirmou Alves

Assista ao programa completo

live Protagonismo Regional em Debate, promovido e organizado pelo Movimento Protagonismo Cidadão é transmitido pelo Youtube, Facebook e Instagram todas as segundas feiras, a partir das 19h30h.

Programa 20 de 05 de outubro de 2020

Painel de INOVAÇÃO

Tema – “Negócios Sociais Como Fatores de Aceleração da Economia Criativa”

Apresentação, Lucia Helena Cordeiro

SOBRE OS CONVIDADOS

LUIZ CARLOS BARNABÉ DE ALMEIDA, Mestre em Administração. Economista. Jornalista. Pesquisador. Professor Universitário. Autor do Livro: “Introdução ao Direito Econômico” e co-autor em muitos outros no Brasil e no Exterior. Exerceu papéis relevantes no país. Atualmente, Vice-Presidente da Ordem dos Economistas do Brasil. Diretor do Comitê Economia 4.0 e Superintendente da Dig&Tal Inteligência Artificial e muito mais…..

MAURÍCIO TURRA, Foi docente por quase 20 anos na ESPM, onde também coordenou o Yunus ESPM Social Business Centre. Pesquisador sobre a inclusão da sustentabilidade atuou como consultor na UNIETHOS e é Conselheiro na ICE e IAG. Mentor de Startups, tem se dedicado ao desenvolvimento de metodologias de aprendizagem para Empreendedores. Como Empreendedor fundou a NEXTT49+, ITEDUC e Peoplenect.com

WALTER ALVES, Consultor Social especialista em diversidade e inclusão no trabalho de pessoas 50+, negras e negros, pessoas com deficiência, mulheres e público LGBTQI+ . Educador, Facilitador em Workshops e Programas em Organizações. Dedica-se desde 2012 ao tema Longevidade e Preconceito Etário. Parceiro da MATURI, onde escreve semanalmente para o Blog. Produtor e apresentador de Programas de Entrevistas na área do Trabalho no Futuro.