Temporada de Turismo Marítimo 2030 ?

Tu sabes o que aconteceu no dia 9 de fevereiro de 2008, um sábado de carnaval? Tá! Poucos sabem. O Porto de Santos atracou 9 navios de passageiros no mesmo dia, no que considerei uma das mais espetaculares operações logísticas do Planeta depois do Dia “D” – a invasão da Normandia.

Sim, um feito que merecia um documentário, um “Oscar”. Foi como “ter uma vaga na garagem” e estacionar nove carros dentro dela. Coisa de brasileiros moradores na Ilhas de São Vicente e de Santo Amaro, afinal, foi esse povo que trabalhou heroicamente para que aproximadamente 90 mil pessoas transitassem: passageiros, tripulações, artistas, motoristas, trabalhadores portuários, agentes de viagens e seus “batalhões”, agentes de navegação, fornecedores de bordo, Praticagem, Codesp, Alfândega, Marinha, Anvisa, Guarda Portuária, Polícia Militar e Civil (Delegacia do Porto), Polícia Federal, Lojistas, Hoteleiros, “Edinho Park” (uma lenda), etc..

Preparei uma apresentação desse case aos belgas de Antuérpia e holandeses de Rotterdam. Basicamente, tinha que responder uma pergunta: como vocês fizeram isso? Creiam, fui aplaudido e mostrei que o “brazilian way” é um método que precisa de estudos mais detalhados na NASA.

Foi o milagre do improviso do país que aprendeu a multiplicar feijoadas, como no dia em que nossas casas recebem mais parentes e amigos do que os pratos que temos. Isso nem sempre dá certo, não é?

Como tornar o turismo marítimo melhor e a nossas Ilhas tornarem-se a melhor referência da América do Sul?

Vamos lá! Passo1: Tudo no lugar certo, planejamento, organização e tecnologia.

Santos é a cidade portuária em que a história está no lugar errado: na Praça José Bonifácio não está o José Bonifácio. Está o monumento da Revolução de 1932. Então, onde está o José Bonifácio? Poderia estar na Praça dos Andradas, porém, lá está o busto de Getúlio Vargas e a “Cadeia Velha”, tudo que os Andradas não mereciam.

A Praça da Independência conserta, razoavelmente, esse problema.

Na Praça da República está o Brás Cubas, algumas centenas de anos antes de Deodoro e Floriano. Na Praça Ruy Barbosa algo surreal: estão o Bartolomeu de Gusmão, o “Padre Voador” e o Santos Dumont. Não tenho a menor ideia onde esteja o Ruy Barbosa ou o Barão do Rio Branco, pois, na Praça “Barão do Rio Brando” estão os fundadores da Cia. Docas de Santos.

Paramos por aí? Não! A Base Aérea de Santos está no Guarujá. O Yate Club de Santos também está no Guarujá. Na entrada de Santos vemos a escultura em aço de um “Peixe”, em homenagem ao Santos que tem como mascote uma “Baleia”. Na Praça Mauá, existe um dia chamado “Ação do Coração”, momento único que comove, exceto os políticos que por lá habitam. Nunca vi o Mauá.

As estátuas de Martins Fontes e Padre Anchieta estão de costas ao Mar? Que erro!

No “Posto 2” temos a estátua do “Surfista Cabeçudo” ao lado do Cristovam Colombo, ambos sobre pranchas. Sim…corra lá e repare…Colombo surfava! Pelo menos em Santos…

Tudo isso para que entender que o Terminal de Passageiros está no lugar errado e faz milagres por conta disso. Não podemos consertar os monumentos e estátuas, mas, é preciso que o cais do Valongo ao Paquetá, inexplicavelmente abandonados, sejam recuperados para que se tornem o “Grande Terminal Turístico” com reflexos certos e diretos na revitalização do Centro Histórico, algo que foi tentado de forma incompetente.

Andei pelas ruas dos portos europeus e, vi que são lugares românticos, de lindas locações, gastronomia de excelência, próspero comércio, música maravilhosa entre solos e bandas para todos os gostos, arte em cada rua. Lugares onde não circulam carros, sem barulhos, absolutamente seguro. Organização e Glamour encantam. Miséria e abandono são atestados de um injustificável atraso. Deixamos que as cracolândias se multiplicassem na área portuária e, inexplicavelmente ficamos paralisados,

Atracar o navio no Armazém 1…2…….6……..11… é a meta para 2020 ou 2030?

“Bóra” fazer a obra!